“Não quero mais saber de bitcoin”, diz investidor que perdeu dinheiro na ArbCrypto e Atlas Quantum

Cliente tem R$ 4 mil presos na Atlas Quantum.

O programador Diego Lisboa, 35, não quer mais saber de criptomoedas. Além de ter pouco mais de R$ 4 mil presos na Atlas Quantum – empresa que está com problemas para liberar saques desde agosto -, o paulista perdeu R$ 30 mil na ArbCrypto, suposta pirâmide financeira investigada pela Polícia Civil de Barueri.

“Estou sem carro, porque vendi o meu para investir, fui mandado embora do emprego por causa de instabilidade emocional e minha família fica me criticando. Estou em uma fase muito difícil e estressante. Inclusive estou tomando remédio para dormir”, disse o investidor.

Para piorar a situação, ele disse à reportagem do Livecoins que não levou um golpe sozinho. “Acabei indicando familiares e outros amigos próximos para entrar na ArbCrypto. Minha prioridade agora é pagá-los”, falou.

Empresa foi indicada por youtuber

Lisboa entrou na ArbCrypto em maio deste ano depois da indicação de Pedro Novellino, dono do canal do YouTube Mentor Jimmy. Na plataforma, Novellino afirma “educar e orientar sobre as melhores oportunidades do mercado, evitando que percam dinheiro por falta de informação”.

Depois do “aval” do youtuber, que também virou líder da empresa, Lisboa afirmou ter ido até a sede da Arbcrypto, no Alphaville, bairro da nobre da Grande São Paulo, para conhecer a operação.

“Ao chegar lá, os funcionários fizeram arbitragem de US$ 500 com criptomoedas usando um robô. Além disso, o empresário Hélio Tatsuo se apresentou como o dono do negócio. Diante de tudo isso, acreditei na empresa”, falou.

Tastuo é conhecido no Brasil por faturar milhões vendendo aparelhos de tratamento de água. No Youtube, há um vídeo dele apresentando como funciona a ArbCrypto.

https://www.youtube.com/watch?v=78T3cpMQhrY

“Ferrou, perdi tudo”, disse investidor ao descobrir quem era verdadeiro dono

“Em junho, quando descobri que o Hélio na verdade era só um vendedor e o verdadeiro dono da ArbCrypto era o Alexandre Cesario Kwok (antigo dono da Prosperity Club, uma pirâmide financeira que lesou centenas de pessoas em 2017), pensei: ferrou, perdi tudo”, falou Lisboa, que já entrou com um processo contra a empresa.

A reportagem tentou contato com Novellino por meio do telefone disponibilizado em seu canal, mas a ligação caiu na caixa postal. Tatsuo também foi contatado nos telefones de sua empresa, a Hoken Água. Ninguém atendeu.

O espaço fica aberto para as empresas, caso queiram comentar o assunto.

A reportagem também contatou a defesa da ArbCrypto, mas ninguém respondeu até o fechamento desta reportagem. A matéria será atualizada caso uma nota seja enviada.

Cafu foi embaixador da ArbCrypto
Cafu foi embaixador da ArbCrypto . Reprodução

ArbCrypto pode ter sumido com 2.500 bitcoins

A ArbCrypto, com sede em Belize, na América Central, está em operação no Brasil desde o início deste ano e afirma conseguir lucros de 2,5% ao dia em bitcoins por meio da arbitragem de criptomoedas.

A empresa não libera saques para investidores desde agosto deste ano. De acordo com a Polícia Civil de Barueri, que instaurou um inquérito no mês passado para investigar o esquema, a ArbCrypto pode ter lesado 20 mil pessoas e gerado um prejuízo de 2.500 bitcoins.

A empresa alega que teve que suspender os pagamentos por um período porque foi vítima de um golpe. Um funcionário, segundo a empresa, teria se aproveitado de uma brecha no sistema e desviado bitcoins.

Não vou retirar meu investimento da Atlas ainda, diz investidor

A Atlas Quantum, onde Lisboa tem R$ 4 mil, tem feito a recompra de criptomoedas. Lisboa, no entanto, informou que não vai vender os recursos para a empresa, que estava comprando bitcoins com “desconto de até 60%¨.

“Vou aguardar um pouco mais. Caso a situação lá não se normalize, vou processar também”, disse o programador.

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Lucas Gabriel Marins
Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Escreve para Livecoins e UOL. Já foi repórter da Gazeta do Povo e da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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