Bandeira dos EUA e moeda de Bitcoin. Midjourney.
Criado em 1917, há mais de 100 anos, o teto da dívida pública dos EUA estabeleceu um limite de dívida que o Tesouro americano poderia chegar. No entanto, este teto já foi aumentado mais de 80 vezes ao longo da história.
Enquanto o teto estava em US$ 49 bilhões em 1940, o limite chegou a US$ 300 bilhões em 1963 e então em US$ 1 trilhão em 1981. Já em 2021, o teto foi elevado a 31,4 trilhões de dólares, mas foi rompido em janeiro deste ano.
“Em 16 de dezembro de 2021, os legisladores aumentaram o limite da dívida em US$ 2,5 trilhões, para um total de US$ 31,4 trilhões”, aponta o site do governo americano.
“Em 19 de janeiro de 2023, esse limite foi atingido e o Tesouro anunciou um “período de suspensão da emissão de dívida” e começou a usar “medidas extraordinárias” bem estabelecidas para captar recursos adicionais sem ultrapassar o teto da dívida.”
Agora, o governo de Joe Biden tenta elevar o teto da dívida novamente, como já foi feito repetidas vezes ao longo da história. No entanto, outros defendem que um calote dos EUA é possível, e o evento seria um Cisne Negro, ou seja, nem sequer saberíamos as consequências.
Dada a preocupação sobre o calote dos EUA, a Bloomberg realizou uma pesquisa com 637 investidores para saber quais ativos eles considerariam comprar caso o pior acontecesse.
“O que você comprará se os EUA atingirem o teto da dívida?”
Cerca de 50% dos investidores, profissionais (em preto) e de varejo (em azul) responderam que o ouro seria a sua primeira opção. Na sequência, mesmo com risco de calote, aparecem os títulos do Tesouro com 14% a 15%.
Já na terceira posição aparece o Bitcoin, com 7,8% entre investidores profissionais e 11,3% entre investidores de varejo. Um número expressivo conforme a criptomoeda tem apenas 14 anos e o ouro, embora líder nas escolhas, seja muito mais antigo como reserva de valor.
Seguindo, com uma porcentagem parecida a do Bitcoin, alguns investidores continuariam com o dólar, talvez acreditando que esse calote seja algo positivo à moeda americana. O iene japonês e o franco suíço também aparecem nos resultados abaixo do Bitcoin.
Como solução, alguns economistas como Paul Krugman, vencedor no Nobel de Economia, já recomendaram a cunhagem de uma moeda de 1 trilhão de dólares para evitar o calote ou um novo aumento no teto da dívida. Apesar de parecer uma piada, o comentário é sério, mas demonstra a fraqueza das moedas estatais.
No entanto, o teto da dívida americana é apenas um capítulo do declínio do dólar. Talvez o menos importante, já que pode ser estendido ad infinitum.
Portanto, a atual crise bancária, a inflação e o abandono do dólar por outros países são os três pontos-chave que estão preocupando ex-presidentes e presidenciáveis americanos. De qualquer forma, o risco de um calote dos EUA sobre o teto da dívida é mais um fator que pode catapultar o preço do Bitcoin.
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