Barras de ouro
De acordo com a visão de um banco, está difícil explicar o momento de queda no preço do ouro nos mercados. Ainda assim, o preço do bitcoin alcançou a alta histórica e o movimento poderia até ter uma relação, segundo especialista.
O ouro é tradicionalmente um ativo de proteção contra crises financeiras, ou seja, um hedge. Em 2020, o valor do metal teve uma boa valorização, ao passo que a pandemia se intensificou.
Mesmo sem sinais claros de uma vacina que poderia apaziguar o vírus, o ouro está com preços em queda. Um dos contratos de negociações do metal mais líquidos hoje, perdeu grande valor na última segunda-feira (30/11).
No momento da queda do ouro, o Bitcoin registrou o maior fechamento diário de sua história.
Nos últimos dias, o otimismo com uma possível vacina contra a COVID-19 já havia pressionado o ouro. E o momento certamente continua de desafios para quem ainda acredita na alta do metal.
Isso porque, o valor do ouro em alguns investimentos tem caído e mostrado indefinições. O contrato mais ativo do ouro em negociação na Comex caiu 0,4%. Este contrato, de acordo com o Estadão, seria de entrega de onça-troy do ouro para fevereiro de 2021.
A Comex é a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), parte da CME Groups. A empresa também negocia contratos futuros de bitcoin.
A queda do ouro inclusive poderia novamente ter relação com notícias de uma vacina. Isso porque, na segunda-feira a farmacêutica Moderna anunciou que sua vacina registrou eficácia de 94% em pacientes contra o coronavírus.
Ou seja, a queda ou alta do ouro poderia estar relacionada com o lançamento (ou não), de uma vacina contra a COVID-19. Mas o banco Commerzbank, segundo maior da Alemanha, declarou que a queda do ouro não faz sentido ainda.
O banco teria declarado, segundo o Estadão, que é difícil encontrar fundamentos para a queda do ouro. Dessa forma, o banco não vê uma relação da produção da vacina com a desvalorização do metal nos mercados.
Enquanto os comprados em ouro repensam suas posições, o Bitcoin registrou nova alta histórica. Ao se aproximar de U$ 20 mil, o preço da moeda digital animou investidores.
Para o especialista financeiro Edward Moya, da empresa Oanda, o ouro foi substituído por criptomoedas. De acordo com o Estadão, o especialista acompanha o movimento em que investidores trocam metais preciosos por criptomoedas.
Ou seja, a nova alta do Bitcoin poderia até ter relação com a pressão vendedora do ouro. Apesar disso, o especialista reforçou que a perspectiva de longo prazo do ouro ainda é de alta.
Para voltar a se valorizar, basta que bancos centrais imprimam mais dinheiro nos mercados. Um movimento assim daria força para o metal novamente, diz o especialista. E no radar desses movimentos, tanto o FED, quanto o BCE, declararam recentemente que estão prontos para ligar suas impressoras.
Por fim, ouro e Bitcoin continuam como ativos de proteção na mira dos investidores. Ainda sim, em 2020, o Bitcoin deu mais retorno a quem acreditou na sua tecnologia.
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