Bitcoin short seller. Fonte: MidJourney.
Um relatório da S3 Partners revela que investidores estão apostando contra empresas de Bitcoin a um ritmo anormal, mas estão com um prejuízo de R$ 9,6 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em 2024. Na lista aparecem diversas mineradoras, mas também a corretora Coinbase e a MicroStrategy.
Tais apostas são operações vendidas, chamadas de shorts no mercado financeiro, e geram lucros caso as ações dessas empresas caiam.
Conforme todas elas estão diretamente ligadas ao preço do Bitcoin, esses shorts também são uma previsão desses traders de que o BTC cairá. No entanto, o Bitcoin acumula ganhos de 64,3% no ano, empurrando essas ações para cima.
Publicado há duas semanas, quando o Bitcoin estava no mesmo preço atual (US$ 69.500), o relatório da S3 Partners dá destaque à MicroStrategy. No total, são US$ 5,5 bilhões em shorts contra a empresa de Michael Saylor, que detém 214.246 bitcoins em seu caixa.
Na sequência aparece a corretora Coinbase com outros US$ 3,4 bilhões em shorts. Somados, essas duas gigantes são responsáveis por 84% das posições vendidas no setor de criptomoedas. O problema, para esses traders, é que essas ações continuam subindo.
“Os vendedores a descoberto de ações relacionadas ao setor de criptomoedas estão com US$ 1,9 bilhão em suas perdas acumuladas no ano até o momento.”
“A porcentagem de interesse em shorts em relação ao total de ações disponíveis para negociação (float) neste setor é mais de três vezes maior do que a média dos EUA, que é de 5,13%”, continuou a S3 Partners, notando a descrença desses investidores no Bitcoin e empresas relacionadas.
Desses números, US$ 1,4 bilhão em perdas estão ligados a shorts contra a MicroStrategy. Enquanto o BTC valorizou 64,3% no ano, as ações da MSTR acumulam ganhos de 119%, mostrando o interesse do mercado na exposição indireta ao BTC, principalmente por aqueles que não podem comprá-lo diretamente.
Nesta semana, uma empresa japonesa copiou a “estratégia Bitcoin” da MicroStrategy e suas ações subiram 89% em um único dia após o anúncio.
Voltando aos shorts, completando a lista aparecem as mineradoras Marathon, Riot, Cleanspark, Bitfarms, Hive, Core Scientific e Stronghold. No total, os shorts ultrapassam os US$ 10,7 bilhões (R$ 54,2 bilhões).
Por fim, é possível argumentar que as ações da MicroStrategy estejam sobrevalorizadas em relação aos bitcoins que compõe seu caixa, mas a estratégia desses investidores contra empresas do setor acontece no pior momento possível para eles.
Isso porque o Bitcoin vive um de seus melhores anos com a chegada dos ETFs à vista nos EUA. Excluindo a Grayscale, as outras 9 gestoras acumularam mais de 522.000 bitcoins (R$ 185 bilhões) em apenas 3 meses, exercendo uma grande pressão de compra no mercado.
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