Ronaldo, ex-jogador e dono do Cruzeiro
O Cruzeiro Esporte Clube, um dos maiores times de futebol de Minas Gerais, está processando a criptomoeda brasileira que faria seu fan token. Segundo o clube, há várias cláusulas do contrato que foram quebradas, sendo fundamental a rescisão do mesmo.
Com uma história de glória em torneios no Brasil e continentais, o Cruzeiro atualmente disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. No final de 2021, o clube chamou atenção ao ser adquirido pelo ex-jogador Ronaldo “Fenômeno”, ídolo da torcida e pentacampeão com a seleção brasileira.
Em busca de reequilibrar as contas e voltar a crescer após anos atravessando uma fase ruim, o Cruzeiro então seguiu o caminho de outros clubes brasileiros, em busca de lançar seu fan token. Contudo, o lançamento não deu certo e chega aos tribunais.
O Cruzeiro Esporte Clube ingressou na justiça contra as empresas FAARO e Lunes, essa última uma criptomoeda brasileira. Segundo a petição inicial, a intenção é cancelar o lançamento do Cruzeiro Fan Token (CRZ), que seria lançado na rede da Lunes.
A parceria previa a emissão, custódia e plataforma para comercialização do fan token, via aplicativo LunesPay e listagem na Lunes Wallet. O whitepaper e imagens, além da criação de comunidades para o projeto também ficaria a cargo das empresas contratadas.
Além disso, o Cruzeiro alega que deveria ter recebido R$ 5 milhões como pagamento mínimo, com mais R$ 1 milhão devendo ser pago até 15 de dezembro de 2021, o que não ocorreu.
No dia 20 de dezembro de 2021, uma pré-venda do token CRZ não forneceu informações ao Cruzeiro também. Em março de 2022, o lançamento do fan token Cruzeiro foi feito de forma unilateral pelas empresas contratadas, com o clube repetidamente pedindo esclarecimentos sobre a prática.
Uma venda prevista para março de 2022 então foi embargada por um pedido do Cruzeiro e até hoje, segundo consulta feita pelo Livecoins, segue suspensa. A decisão foi dada pela juíza de Belo Horizonte, Lílian Bastos de Paula.
“Pelo exposto, concedo a tutela de urgência cautelar antecedente, na linha dos arts. 305 e seguintes do CPC/15, para determinar a suspensão da venda de Fan Tokens pelas Requeridas, agendada para 05.03.2022.”
Com a confusão chegando aos tribunais, o Cruzeiro em seu processo pediu na última segunda-feira (23), com urgência, o cancelamento do contrato com a FAARO e a criptomoeda brasileira Lunes.
Caso a justiça resolva não atender ao pedido feito pelo clube, a defesa do Cruzeiro pede que os tokens e NFTs sejam comercializados apenas pelo clube, sendo suspensas cláusulas do contrato. Este processo não está em sigilo de justiça e ambas as partes estão sendo chamadas a se manifestar.
“Subsidiariamente requer, caso não seja deferido o pedido de rescisão contratual, que seja permitido a negociação dos Tokens e NFTs pelo Clube, ficando suspensas as cláusulas décima oitava e décima nona do contrato ora discutido.”
A reportagem do Livecoins procurou ambas as empresas acionadas pelo Cruzeiro para manifestações, embora nenhuma tenha enviado comunicado até o fechamento dessa. O espaço segue em aberto para manifestações.
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