O Bitcoin é uma moeda digital que não tem nenhuma relação com nenhum governo, sendo totalmente descentralizada. Em meio à pandemia, o interesse no Bitcoin explode na América do Sul, na contramão do percebido no restante do mundo.
De fato, o volume de negociações de Bitcoin em todo o mundo tem caído nas últimas semanas. O preço do Bitcoin, por exemplo, tem registrado uma menor volatilidade em 2020, em relação aos anos anteriores.
Além disso, um analista recentemente apontou que o interesse por Bitcoin tem diminuído no mundo, com indicadores mostrando sinais negativos. Contudo, no que depender da América do Sul, o movimento em prol do Bitcoin pode crescer, com mais pessoas interessadas na tecnologia.
O Bitcoin é uma moeda digital que tem atraído atenção de várias pessoas nos últimos anos. Com uma tecnologia revolucionária, a moeda digital é uma alternativa ao dinheiro fiduciário, emitido por bancos centrais pelo mundo.
O Bitcoin de fato teve uma surpreendente valorização nos últimos anos, movimento que fez alguns imaginarem que a moeda é um investimento. Contudo, a intenção inicial quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin era levar à população mundial uma moeda global, independente de seus governos.
Historicamente uma população pobre, vivendo em economias emergentes, os sul-americanos agora parecem estar de olho no Bitcoin. De acordo com a Istoé Dinheiro, um levantamento realizado em países da América do Sul mostra que o volume de negociações de Bitcoin explode na região.
Os principais países a negociar Bitcoin na América do Sul seriam Argentina, Colômbia e Chile. O alto volume registrado nos países vai à contramão do mundo, porque em vários países as negociações caíram mais de um terço, na plataforma LocalBitcoins.
No Chile, por exemplo, o volume aumentou em quase um quarto, enquanto na Argentina mais que dobrou. O movimento, de acordo com estudo realizado pela Investimento Invezz, a divergência da América do Sul para o restante do mundo pode ter relação com a pandemia do novo coronavírus.
Como as economias emergentes sofrem mais e suas economias são mais voláteis, a busca por Bitcoin pode ser uma maneira de se proteger. A população sul-americana tem na Venezuela a principal adoção, um país que tem mais que 20 mil comércios aceitando criptomoedas com pagamento.
Apesar do Brasil não figurar entre os países da região que mais negociam Bitcoin, a economia local também está em crise. Com o dólar valorizando fortemente em relação ao real em 2020, o Bitcoin já valoriza mais que 70% no país.
O portal Coindesk realizou um levantamento na última quarta (8), mostrando que os brasileiros estão de olho nas criptomoedas. Contudo, o interesse tem sido maior em stablecoins, que possuem seus preços associados ao Dólar norte-americano.
Dessa forma, os brasileiros buscam investir mais em Tether (USDT), Binance USD (BUSD), PAX e DAI. Ou seja, a realidade das criptomoedas na América do Sul, com Bitcoin ou stablecoins, tem pelo menos ajudado a população local a encontrar maneiras de escapar da crise local.
Na última segunda (6), a BitcoinTrade, grande corretora de criptomoedas brasileira, foi uma das que listou a DAI para seus clientes. O movimento tem relação com a busca pelos brasileiros por stablecoins descentralizadas, sendo a DAI uma com paridade 1:1 junto ao Dólar.
A Argentina é um dos países com pior inflação na região, ao lado da Venezuela, e a busca por criptomoedas pode ser a válvula de escape encontrada. No Brasil, o desempenho do real frente ao dólar é um dos piores do mundo em 2020, o que pode estar motivando a busca por stablecoins em corretoras.
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