Um dos diretores da Unick Forex, organização criminosa estruturada no formato de “pirâmide financeira”, continua foragido. A informação foi repassada pela Polícia Federal à reportagem do Livecoins na tarde de quarta-feira (23).
Fernando Marques Lusvarghi, diretor jurídico da empresa, foi o único que conseguiu escapar na última quinta-feira (17), dia em que a PF deflagrou a operação Lamanai, que cumpriu 65 mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária em oito cidades.
Dos nove presos na operação, oito estão na Penitenciária Estadual de Canoas e um na sede da Polícia Federal. No início desta semana, a pedido da PF, a Justiça Federal prorrogou a prisão temporária de todos. Eles ficarão detidos até sábado (26).
A prorrogação foi solicitada, de acordo com a PF, com o objetivo de se obter mais tempo para os depoimentos. Na quarta-feira, por exemplo, foram realizadas três oitivas com as testemunhas. Parte da documentação apreendida também foi analisada pelos agentes.
Entenda o caso
A Unick Forex, com sede em São Leopoldo (RS), atua no mercado de Forex (Foreign Exchange) sem autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A autarquia já emitiu três alertas de irregularidades sobre a Unick desde agosto deste ano.
A empresa está sendo investigada pela Polícia Federal com apoio da Receita Federal. O inquérito, instaurado em janeiro deste ano, apurou que a Unick estava estruturada em formato “pirâmide financeira”. Os novos membros, portanto, subsidiavam a remuneração dos antigos.
Segundo a PF, os clientes eram atraídos por promessas de retorno de 100% sobre o valor investido em um prazo de seis meses. Estima-se que a empresa tenha movimentado cerca de R$ 9 bilhões.
Ao longo da investigação, ainda de acordo com a PF, foram constatadas outras práticas criminosas, a exemplo de aquisição de moedas virtuais para remeter ao exterior, em supostos atos de evasão de divisas, e lavagem de dinheiro.