Relatório de Mercado Cripto – Junho de 2025 e projeções para julho

Texto de Ana de Mattos, Analista Técnica e Trader Parceira da Ripio

Junho foi um mês marcado por contrastes. Começou com a escalada do conflito entre Israel e Irã, gerando tensão inicial, mas terminou com alívio graças a um cessar-fogo. Essa trégua coincidiu com cortes nas taxas de juros pelos principais bancos centrais, favorecendo investimentos mais arriscados.

Em meio a essa dualidade, o mercado cripto reagiu positivamente. O Bitcoin voltou a se aproximar da sua máxima histórica, impulsionado por avanços regulatórios e maior presença institucional.

A movimentação total nos ETFs spot de Bitcoin já ultrapassa US$ 1 trilhão desde seu lançamento. O patrimônio sob gestão (AUM) desses fundos segue forte, superando US$ 135 bilhões, destacando sua importância como porta de entrada institucional para o Bitcoin.

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O open interest em contratos futuros de Bitcoin permanece elevado, mesmo após a recente correção. Desde outubro de 2023, esse indicador saltou de US$ 7,5 bilhões para um pico de US$ 31,2 bilhões, mostrando que há uma base sólida de capital nos derivativos. Isso aponta para um mercado dinâmico, com maior uso de alavancagem e estratégias com opções.

Este foi um mês de contrastes para os investidores: ora buscando risco, ora proteção. Nesse cenário, o Bitcoin consegue alternar entre ativo especulativo e porto seguro conforme o cenário.

Macroeconomia global: conflitos e alívio monetário

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O mercado financeiro enfrentou forte tensão devido ao conflito entre Israel e Irã, envolvendo diretamente os EUA. O petróleo atingiu seu pico em cinco meses, refletindo receios sobre interrupções no fornecimento global. A instabilidade no Oriente Médio tem efeito dominó: mais de 20% do petróleo mundial passa pela região. O mercado não precifica apenas os ataques – ele já antecipa a possibilidade de interrupções logísticas e disfunções na cadeia energética. A reação foi clássica: bolsas caíram e investidores buscaram proteção em ativos como ouro e petróleo.

Após o cessar-fogo e apoio internacional, o medo deu lugar ao otimismo. O VIX caiu, os mercados acionários subiram e o Bitcoin se beneficiou dessa virada de sentimento.

Nos EUA, o Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, sinalizando cortes ainda para 2025. Apesar dos alertas inflacionários de Jerome Powell, o mercado interpretou a mensagem com otimismo. As bolsas subiram, o dólar caiu e ativos de risco ganharam força. No Brasil, o Copom elevou a Selic para 15%, nível mais alto desde 2006.

Com os principais mercados globais em níveis históricos de alta, incluindo S&P 500, Nasdaq e o DAX alemão, o sentimento de “risk-on” prevaleceu, levando investidores a ativos mais arriscados. O Bitcoin aproveitou esse otimismo e consolidou sua posição entre os principais ativos globais de risco.

Comportamento do Bitcoin: resistência e novos fluxos

O Bitcoin teve uma variação de preço significativa: máxima de US$ 110.530 no dia 9 e mínima de US$ 98.200 no dia 22, representando uma oscilação de 11%. O ponto alto do mês foi o dia 16, quando o Bitcoin ultrapassou os US$ 108 mil, impulsionado por três fatores principais: (1) o pedido de ETFs de Bitcoin e Ethereum pela Trump Media & Tech Group, (2) o avanço do ETF de XRP no Canadá, (3) e o registro do JPMorgan para oferecer serviços cripto. Esses eventos resultaram em alta imediata de 3% no BTC e 6% a 7% em altcoins como XRP e Chainlink.

O Bitcoin permaneceu estável entre US$ 105 mil e US$ 108 mil até o fim do mês, demonstrando resiliência frente às tensões do Oriente Médio. Diferente do pânico gerado pela guerra na Ucrânia em 2022, agora o mercado mostrou maturidade, com queda inicial breve seguida de rápida recuperação. O capital institucional não abandonou o mercado, mas ajustou estrategicamente suas posições.

Eventos relevantes: avanço institucional e clima regulatório favorável

Dois movimentos destacaram a crescente adoção institucional: o pedido de ETFs pela Trump Media & Technology Group, ligada ao presidente Trump, e os novos produtos financeiros anunciados por gestoras como Purpose e JPMorgan, indicando expansão das operações com ativos digitais e interesse institucional de longo prazo no setor.

O timing dessas notícias foi em um momento propício, com cortes nas taxas de juros e redução nas tensões geopolíticas, que atraiu capital especulativo para o mercado cripto.

No campo regulatório, os EUA sinalizaram mudanças positivas. No semestre, a SEC encerrou processos contra grandes exchanges e adotou uma postura mais aberta. A Ripple Labs retirou sua última apelação contra a SEC no caso XRP, eliminando incertezas jurídicas e impulsionando o preço da moeda acima de US$ 2,20.

Pela primeira vez em anos, investidores institucionais enxergam um ambiente regulatório mais estável e previsível nos EUA. Esse cenário, combinado às incertezas geopolíticas, destacou a importância estratégica das stablecoins. No auge das tensões entre Israel e Irã, o volume diário do Tether (USDT) superou US$ 50 bilhões, indicando forte uso das stablecoins como proteção, sem precisar sair do mercado cripto.

Projeções para Julho de 2025: consolidação antes da próxima pernada de alta?

A tendência atual é de consolidação na faixa dos US$ 105 mil a US$ 110 mil. Os fluxos institucionais continuam positivos, mas o mercado precisa de novos gatilhos para retomar a aceleração do preço.

O ambiente segue construtivo para as criptos, favorecido por sinais de flexibilização monetária em economias centrais. Menor custo de capital pode aumentar investimentos em ativos de maior risco, beneficiando o Bitcoin.

Ainda assim, será essencial observar os desdobramentos do próximo FOMC e a evolução dos ETFs. Para o investidor, esse movimento de afrouxamento monetário significa uma possível migração de capital para ativos com maior retorno potencial, como o Bitcoin, que se beneficia diretamente quando o custo de oportunidade dos ativos tradicionais diminui. Ou seja: quando aplicações mais seguras, como títulos públicos ou CDBs, passam a render menos, o investidor começa a buscar alternativas com maior potencial de retorno.

Cenário otimista:

Rompimento acima de US$ 112 mil pode levar o preço entre US$ 118 mil e US$ 120 mil.

Cenário neutro:

Manutenção da lateralização, com BTC oscilando entre US$ 102 mil e US$ 110 mil, enquanto o mercado aguarda novos fatores e acumula forças.

Cenário pessimista:

Possível correção para US$ 97 mil a US$ 94 mil, especialmente em caso de tensões geopolíticas ou surpresas inflacionárias. Em caso de nova escalada militar com participação direta dos EUA, a volatilidade no curto prazo tende a ser intensa, com liquidação de posições alavancadas e flight to safety: uma movimentação em massa de capital para ativos considerados mais seguros quando há medo ou instabilidade no mercado. Contudo, crises desse tipo também aceleram a tese do Bitcoin como reserva de valor fora do sistema tradicional – e isso pode impulsionar uma nova narrativa de médio prazo.

Conselho estratégico: disciplina e posicionamento

O momento favorece estratégias de aporte mensal, criando um preço médio no Bitcoin ao longo do tempo. Investidores conservadores devem aproveitar quedas estratégicas, evitando compras impulsivas em períodos de euforia.

Manter capital disponível, rebalancear a carteira e priorizar ativos com fundamentos sólidos serão essenciais para enfrentar essa fase com segurança e consistência.

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