A OMS (Organização Mundial do Comércio) estima que a pandemia do coronavírus dará um “tombo” no comércio global de 2020.
De acordo com relatório divulgado na manhã desta quarta-feira (8), a queda no comércio internacional será entre 13% a 32% neste ano, maior do que a observada na crise de 2008.
A OMC disse que essa grande variação no percentual de retração é explicada pela natureza sem precedentes do Covid-19.
“Esses números são feios e não há como contornar isso, mas uma recuperação rápida e vigorosa é possível. As decisões tomadas agora determinarão a forma futura das perspectivas de recuperação e crescimento global”, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, que é um diplomata brasileiro.
Diferença entre Covid-19 e crise de 2008
Apesar de comparar os possíveis efeitos da pandemia do coronavírus na economia global com os gerados pela crise financeira de 2008, a OMC disse que há diferenças entre os dois períodos.
A crise gerada pelo Covid-19, informou a OMC, pode ser mais grave porque as restrições ao movimento e o distanciamento social afetam setores como hotelaria, turismo e transporte de forma diversa daquela vista em 2008.
O que os países precisam fazer?
Todas as regiões do mundo serão afetadas, segundo o diretor da OMC, Azevêdo. Para evitar perdas ainda maiores, ele disse que os países precisam lançar agora as bases para uma “recuperação forte, sustentada e socialmente inclusiva”, e o “comércio será um ingrediente importante nessa fase, juntamente com a política fiscal e monetária”.
De acordo com brasileiro, manter os mercados abertos e previsíveis, além de promover um ambiente de negócios mais favorável, será fundamental para estimular as transações globais.
Mesmo mantendo um ambiente favorável ao negócio, no entanto, Azevêdo informou no relatório que ainda é imprevisível estimar se haverá recuperação do comércio internacional em 2021. Isso porque “a extensão da incerteza é muito alta”, falou.