A Associação de clientes de duas empresas apontadas pela justiça como organizações criminosas por operarem um esquema de pirâmide financeira e de terem lesado milhares de pessoas se reuniram com o deputado Federal Lucas Redecker para tratar de regulação de criptomoedas.
De acordo com nota, a Associação de Clientes InDeal (ASSIC), representada pela presidente Carolina Olivera, e Deivson Ruan do Carmo, representam alguns associados da empresa Unick Academy, que se sentiram lesados e estão preocupados com o ressarcimento dos valores investidos, uma vez que as duas empresas estão sendo investigadas pela Justiça, processo que corre na 7ª Vara Federal de Porto Alegre, e estão com parte dos recursos bloqueados.
De acordo com a presidente da Associação dos Clientes InDeal, Carolina Olivera, já foram identificados cerca de 10 mil clientes da empresa e 300 ações individuais na Justiça, solicitando o ressarcimento de valores. O grupo também reivindica ser parte do processo, o que é importante para que os clientes lesados possam ser ressarcidos no futuro.
Depois de ouvir a comitiva, Redecker disse que uma comissão especial na Câmara dos Deputados está debatendo a regulamentação de moedas virtuais, que o tema é novo no país e a preocupação é adequar a legislação para que ela contemple a segurança de investidores e que eles tenham aonde recorrer caso se sintam lesados. “A preocupação e o foco é garantir que as pessoas possam reaver o seu dinheiro e que casos como esses não voltem a ocorrer novamente”, afirmou.
Redecker afirmou ainda que vai encaminhar requerimento à Comissão Especial pedindo que a Associação de Clientes InDeal – e da Unick Academy, caso haja associação formada – seja convidada para relatar sua experiência em audiência pública em Brasília.
Participaram da reunião também o advogado da ASSIC, Jean Carbonera, Márcio Borba e Márcio Borba Júnior.
Histórico da Unick e Indeal
As empresas são Indeal e Unick Forex, a primeira aplicou golpe de pirâmide deixando prejuízo de R$ 1,1 bilhão aos clientes. Já a Unick sumiu com R$ 12 bilhões de pelo menos 1 milhão de pessoas pelo Brasil. Ambas promoveram uma especie de desserviço as criptomoedas no país, usando a tecnologia do Bitcoin como faixada para atrair vítimas para o famoso esquema ponzi.
Os valores arrecadados por essas empresas serviram para patrocinar um estilo de vida luxuoso para seus líderes e para prejudicar a imagem do bitcoin e das criptomoedas no país. Já que, milhares de pessoas perderam dinheiro com a promessa de retorno garantido oferecidos pela Unick e Indeal.
A informação foi compartilhada pelo próprio deputado no instagram. O deputado explicou que “a reunião não foi com as empresas e sim com clientes que se sentiram lesados e querem reaver o seu dinheiro.”