Investidora de Bitcoin tem conta bloqueada em mais de 90 bancos

De acordo com Travers, os bancos da Austrália adotaram essa posição para acabar com qualquer concorrência no país.

Bancos cancelarem conta de investidores de criptomoedas não é algo incomum em diferentes países, mas algumas vezes a insistência em coibir esse setor fica bem clara. Uma investidoras da Austrália falou recentemente que está ficando sem opções após ter tido sua conta cancelada em 91 bancos, todos citando preocupações em relação a negociação de criptomoedas.

Michaela Juric, conhecida como Bitcoin Babe, que também é o nome da sua empresa, disse que já foi proíbida de ter acesso a serviços financeiros em 91 bancos. Ela se apresentou diante em uma audiência do parlamento da Austrália com foco em tecnologia e no setor financeiro.

Segundo Michaela alguns dos bancos que cancelaram sua conta foram o Commonwealth Bank, o NAB e Suncorp, todas instituições da Austrália.

Ela investe no criptomercado há sete anos e possui um canal no YouTube. A sua participação no comitê discutia a Austrália como um centro de tecnologia e finanças, e ela usou o seu tempo para expressar suas preocupações com como os bancos podem tirar serviços essenciais de pessoas ao negar serviços bancários.

“eu tive minha conta cancelada ou banida de 91 bancos e instituições financeiras. Houve momentos onde o cancelamento da conta fez com que eu ficasse impossibilitada de conseguir produtos ou serviços de internet e celular, o que é algo bem preocupante.”

Golpe

De acordo com Juric, alguns de seus clientes também receberam mensagens e ligações dos bancos avisando a eles que os serviços de Bitcoin que ela oferecia era um “golpe” e então simplesmente cancelaram as contas deles também.

“Eu sou muito agradecida pelos meus sete anos na comunidade de criptomoedas, a tudo que eu aprendi e as pessoas que eu encontrei. Mas no fim das contas, um dano irreversível a minha vida financeira já foi causado.”

O cancelamento de contas de investidores do criptomercado foi um dos principais assuntos discutidos durante o comitê, que foi comandado pelo Senador Andrew Bragg.

A principal ideia por trás das audições e das discussões é tentar estabelecer uma estrutura regulatória para avançar a Austrália como um centro financeiro e tecnológico e evitar que o setor bancário tradicional tente atrapalhar quem atua nesse meio.

Além de Juric outras empresas também são prejudicadas pelos bancos. Mitchell Travers, CEO da Aus Merchant, uma corretora de criptomoedas, disse durante a audiência que teve contas canceladas por bancos mais de quatro vezes nos últimos 12 meses, o que está forçando a empresa a sair do país.

“Nós somos regulamentados pela Austrac e oferecemos todos os documentos de KYC e antilavagem de dinheiro, ainda assim temos respostas negativas. Isso está nos fazendo considerar seriamente atuar com bancos de fora do país.”

De acordo com Travers, os bancos da Austrália adotaram essa posição para acabar com qualquer concorrência no país.

Com essas experiências sendo contadas em um comitê oficial, é possível que parte do parlamento australiano esteja tentando mudar a situação e começar a alterar a regulamentação do país para ajudar a proteger os investidores em criptomoedas.

Esse caso também demonstra que, apesar dos seus mais de 10 anos, o Bitcoin e o setor que ele ajudou a criar ainda estão em sua infância e possuem muitos desafios no futuro.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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