IOTA: Preparada para o mundo IoT

IOTA é a criptomoeda melhor posicionada para surfar a onda do IoT já é realidade no Brasil e no mundo. Com uma tecnologia concorrente do blockchain essa criptomoeda tem transações instantâneas e sem custos. Com o lançamento do Qubic a plataforma IOTA deve ter smart contracts e oráculos. Além disso, começa a ocupar espaço na indústria 4.0, como visto na Hannover Messe em abril. No segundo artigo dessa série sobre IoT e criptomoedas vamos conhecer um pouco mais dessa moeda que está entre as top 10 do mundo.

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Esqueça o blockchain

A maior criptomoeda hoje negociada e que foi construída justamente para o IoT é o IOTA. Hoje o IOTA está em 9º lugar em valor de mercado, valendo US$ 5,2 bilhões. Diferentemente da maioria das criptomoedas, esta não usa a tecnologia do blockchain. Ela utiliza uma tecnologia chamada de directed acyclic graph (DAG).

A tecnologia do DAG é completamente diferente do blockchain. Como vocês já devem saber, no blockchain as transações são organizadas em blocos e esses blocos são verificados em uma sequência pelos mineradores. Dessa forma, no blockchain existem dois tipos de agentes, aqueles que registram as transações e aqueles que validam as transações. Além disso, os blocos vão sendo minerados em uma sequência e adicionados ao blockchain.

Já no DAG, não há diferenciação entre quem registra e quem valida as transações. Todos que registram transações precisam também verificar transações. Ou seja, se eu cadastro uma transação, para que ela seja verificada preciso verificar duas transações anteriores por meio de PoW. Dessa forma, ao invés das transações estarem organizadas numa cadeia de blocos, as transações estão inter-relacionadas entre si, formando um emaranhado (tangle) de transações.

IoT by design

Como não há diferenciação entre quem valida e quem registra as transações não é necessário criar incentivos (remuneração) para que as transações sejam validadas. Assim, as transações no IOTA são instantâneas e sem custos.

Como destaquei no primeiro artigo dessa série, tempo e custo para validação das transações são críticos no mundo IoT. Com transações instantâneas e sem custo o IOTA pode ser utilizado por qualquer ecossistema IoT, independentemente da sua sensibilidade a tempo ou custos.

Assim, a tecnologia DAG traz uma vantagem significativa em relação às outras moedas que usam o blockchain, pelo menos no que diz respeito para aplicações IoT.

Apesar dessa vantagem, o IOTA sofreu várias críticas sobre a centralização da sua rede e sobre não suportar smart contracts e oráculos. Vamos entender um pouco melhor essa crítica sobre a centralização do IOTA.

O que são os nós coordenadores?

Um elemento crucial para o IOTA e o DAG funcionarem de forma segura é o nó coordenador (coordinator node). A cada minuto um nó coordenador registra uma transação e valida outras duas. A diferença é que essa transação registrada pelo nó coordenador possui uma assinatura específica e por isso essa transação recebe o nome de milestone (“marco”).

Assim, para saber uma transação é verificada é necessário mapear todo emaranhado de transações até a última milestone.

Segundo a equipe do IOTA, só há desses coordenadores enquanto a quantidade de transações sendo registradas não for suficientemente grande. A partir de certa escala não haverá mais a necessidade desses coordenadores. Assim, faz-se referência às rodinhas em uma bicicleta. Elas só são necessárias no começo e a partir de certo momento elas podem ser retiradas sem risco.

A grande crítica em relação aos nós coordenadores é em relação à centralização da moeda. Dessa forma, critica-se que haveria uma centralização no controle quanto à validação, o que inclusive representaria uma falha de segurança. E se um nó coordenador for comprometido? Isso poderia comprometer todo o emaranhado de transações!

Segundo a equipe do IOTA, esse risco não é considerável, uma vez que são diversos os nós coordenadores, de tal forma que mesmo que um coordenador seja comprometido o emaranhado não corre risco.

IOTA e a indústria 4.0

A indústria 4.0 é basicamente uma aplicação de IoT, Big Data e Inteligência artificial no contexto da indústria. Esse termo foi usado pela primeira vez em 2011, na mundialmente famosa feira industrial de Hannover, Alemanha.

Na feira de Hannover de 2018 houve grande destaque para o IOTA. Grandes empresas da indústria demonstraram em seus stands aplicações industriais usando IOTA.

O maior destaque foi da Fujitsu, gigante japonês de TI, que demonstrou suas soluções para indústria 4.0 de robotização usando IOTA. Dessa forma, o IOTA foi utilizado para realizar transações entre dois robôs em uma aplicação de indústria automatizada.

Além da Fujitsu, outras grandes empresas de tecnologia também apresentaram soluções industriais usando IOTA. Assim, o IOTA estava presente nos stands da Bosch, Bosch, Pass, DXC, Deutsche Telekom, Accessec GmbH, além da Fujitsu.

Isso demonstra não só que o IOTA já é reconhecido como um padrão para IoT e indústria 4.0, mas também que essa criptomoeda avançou bastante e não é mais um projeto teórico. De fato, já há grandes empresas internacionais oferecendo soluções industriais que utilizam o IOTA como meio de pagamentos para transações no mundo IoT. Ou seja, o IOTA já tem produto, não sendo apenas uma possibilidade.

E o futuro do IOTA?

Houve um imenso frisson na comunidade IOTA e também na comunidade de criptomoedas no dia 3 de maio de 2018. Nesse dia foi divulgado um vídeo com informações sobre o Projeto Q. Esse projeto secreto vinha sendo anunciado pelo IOTA como uma grande inovação para a criptomoeda. Esse segredo todo criou grande expectativa e, finalmente, grande satisfação.

O nome Q na verdade refere-se a Qubic. Até o momento a única divulgação é um vídeo de pouco mais de um minuto onde é dando grande destaque para smart contracts e oráculos. Sem dúvida isso representa um grande avanço no IOTA, uma vez que a ausência dessas funcionalidades era uma crítica constante.

Apesar dessa novidade, o que tem gerado maior expectativa são as imagens que aparecem no vídeo. Como vemos na imagem abaixo, o oráculo está sendo alimentado com informações sobre taxa de câmbio de dólar e euro.

Já no trecho sobre smart contracts vemos uma imagem de duas instituições lidando com moeda fiduciária e interagindo por meio de um smart contract na plataforma Qubic.

A combinação dessas duas imagens está criando uma grande expectativa em relação ao Qubic. Muitos estão aguardando a possibilidade de smart contracts que sejam executados na rede IOTA e integrados com moeda fiduciária.

Essa seria uma inovação disruptiva no mundo das criptomoedas. A integração com o sistema financeiro e com o uso de moedas fiduciárias realmente colocaria o IOTA em um outro patamar.

Entretanto, isso ainda são só expectativas. Vamos esperar as cenas do próximo capítulo!

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Carlos Baigorri
Carlos Baigorri
Doutor em economia e investidor em criptomoedas

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