O presidente da Argentina, Javier Milei, se envolveu em mais uma controvérsia após sua conta oficial no X anunciar o lançamento de uma memecoin chamada $LIBRA, baseada na blockchain Solana.
A criptomoeda, que prometia fomentar a economia argentina financiando pequenas empresas e startups, rapidamente atraiu investidores e atingiu um valor de mercado de US$ 4,5 bilhões.
No entanto, poucas horas depois, a criptomoeda entrou em colapso, perdendo 89% de seu valor e levantando suspeitas de manipulação de mercado.
Diante do caos, Milei apagou a publicação e se distanciou do projeto, deixando investidores com prejuízos milionários.
Milei promove mais um golpe com criptomoedas
O anúncio foi feito na noite de sexta-feira (14), quando a conta oficial do presidente publicou um tuíte exaltando o potencial da LIBRA para impulsionar o crescimento econômico da Argentina.
A postagem incluía um link para o site do projeto Viva La Libertad, que supostamente permitiria o financiamento de pequenos negócios argentinos.
A empolgação inicial fez com que o token disparasse, alcançando uma cotação de US$ 4,50 e acumulando mais de US$ 1 bilhão em volume negociado em poucas horas.
O entusiasmo, no entanto, se transformou em pânico quando analistas on-chain começaram a identificar indícios de golpe.
A empresa de monitoramento Bubblemaps apontou que os criadores do token haviam retirado cerca de US$ 87 milhões dos pools de liquidez, drenando os fundos dos investidores.
Instead of selling on the market, the devs are adding one-sided liquidity pools on Meteora with only LIBRA — while removing USDC and SOLhttps://t.co/4xA3x1BPE8 pic.twitter.com/3q5ELqJcvJ
— Bubblemaps (@bubblemaps) February 15, 2025
Além disso, dados da Chainalysis revelaram que uma única carteira controlava a maior parte do fornecimento da LIBRA, um forte sinal de manipulação de mercado.
Com a queda vertiginosa da criptomoeda, as críticas se multiplicaram, questionando a legitimidade do projeto.
Muitos investidores passaram a suspeitar que o lançamento da LIBRA não passava de um golpe do tipo “pump and dump”, onde um ativo é promovido para atrair compradores, apenas para que seus criadores vendam suas participações no topo, deixando os demais investidores no prejuízo.
Diante da repercussão negativa, Milei apagou a postagem original e negou qualquer envolvimento direto com o token.
“Algumas horas atrás, postei um tweet, como fiz tantas outras vezes, apoiando uma suposta empresa privada com a qual obviamente não tenho nenhuma conexão. Eu não estava ciente dos detalhes do projeto e depois de tomar conhecimento dele decidi não continuar a divulgá-lo (por isso apaguei o tweet)”, disse Milei.
Hace unas horas publiqué un tweet, como tantas otras infinitas veces, apoyando un supuesto emprendimiento privado del que obviamente no tengo vinculación alguna.
No estaba interiorizado de los pormenores del proyecto y luego de haberme interiorizado decidí no seguir dándole…
— Javier Milei (@JMilei) February 15, 2025
O presidente afirmou que apenas compartilhou o projeto, mas que ele não tinha nenhuma relação com a criação ou gestão da criptomoeda.
Apesar da tentativa de se desvincular da iniciativa, o estrago já estava feito: investidores que compraram a LIBRA no auge viram seu capital evaporar em poucas horas.
O episódio gerou indignação na comunidade cripto e reforçou o alerta sobre os riscos das memecoins.
A tal $LIBRA, como tantas outras memecoins, lembra o lançamento da $TRUMP, memecoin associada ao presidente dos EUA Donald Trump, que enfrentou polêmicas semelhantes.
No entanto, enquanto Trump confirmou sua ligação com o ativo, Milei optou por se afastar do projeto, deixando investidores sem explicações claras sobre o que realmente aconteceu.
Agora, com um rastro de prejuízos e um histórico questionável, a LIBRA se junta à lista de memecoins que começaram com promessas grandiosas, mas terminaram como advertências para quem se aventura no mercado especulativo de criptomoedas.