Um minerador de criptomoedas se revoltou ao não conseguir receber um equipamento que comprou da Kabum e processou a empresa após uma confusão com seu pedido.
No Brasil a mineração de criptomoedas é uma atividade que chamou muita atenção de pessoas nos últimos anos. Assim, muitos se aventuraram no mercado em busca de ganhos.
Como o valor dessas moedas subiu muito no mercado, quem minerou 1 Ethereum, por exemplo, registrou um lucro grande ao segurar a moeda nos últimos anos, sendo o valor dessa moeda valorizando 5 vezes de novembro de 2020 até março de 2022.
E essa é apenas uma das moedas minerada com placas de vídeo, sendo outras mais disponíveis que podem ter representado ganhos.
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Minerador de criptomoedas processa Kabum ao não receber placa de vídeo
No mês de setembro de 2021, um minerador de criptomoedas brasileiro foi até o site da Kabum para adquirir uma Placa de Vídeo Nvidia Geforce Rtx 3080 Zotac.
Pagando via PIX pelo produto no valor de R$ 8.212,80, ele foi informado que receberia seu equipamento em sete dias. Dois dias antes do produto chegar em seu destino, o brasileiro foi surpreendido pela Kabum, ao ser informado de que não havia estoque para a placa.
Em troca, a atendente lhe perguntou se poderia lhe enviar a Placa de Vídeo Nvidia Geforce Rtx 3080 010g Asus V2 – LHR.
Entendedor da prática de mineração, o comprador não aceitou a troca, visto que essa placa oferecida “se trata de uma versão limitada de fábrica, vale destacar que os equipamentos que possuem o código “LHR” (Lite Hash Rate/Taxa de Hash Reduzida), tratam-se de versões com limitação de 50% de sua performance original, apresentando desempenho significativamente inferior“.
Sua defesa destacou que ele trocou uma sequência de e-mails com a Kabum em busca de resolver o problema. No entanto, alguns dias depois, a empresa cancelou seu pedido e devolveu seu dinheiro na própria plataforma, em forma de “Crédito em Login”.
Uma solução foi buscada no Procon-SP, mas nada resolveu. Ao ver pelo Reclame Aqui relatos de clientes que compraram e não receberam seus produtos, ele resolveu ingressar com processo na justiça.
No processo, ele disse esperar há 91 dias o equipamento que gera US$ 5,92 por dia, ou seja, já registrava um prejuízo de R$ 3 mil por estar há três meses parado. Além disso, foi solicitado pagamento de R$ 2 mil em danos morais.
Juiz concordou que Kabum deve devolver dinheiro para cliente
Em sua defesa, a Kabum, empresa que foi comprada pelo Magazine Luiza em 2021, disse que as alegações do autor eram desconectadas da realidade dos fatos, devendo ser integralmente refutada.
Segundo a defesa da loja virtual, havia disponível apenas uma máquina em estoque e. por isso seu preço estava diferenciado, mas o autor não foi o comprador.
A Kabum disse que não é possível uma compra em ambiente eletrônica ser realizada com produtos fora de estoque, sendo a afirmação do cliente leviana e irracional.
Ao analisar o caso do minerador, o juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo concordou com as alegações dele, ainda que parcialmente, negando danos morais e os R$ 3 mil que ele supostamente perdeu com a atidade de mineração.
Dessa forma, a Kabum foi condenada a restituir o cliente em sua conta no valor da placa, acrescido de juros de 1% ao mês desde o início da ação. Agora, a empresa terá 10 dias para tentar qualquer recurso.