O Banco Central do Brasil planeja lançar uma criptomoeda nacional em breve. Nos últimos dias, o Bacen chegou a anunciar a criação de um grupo de estudos para a moeda digital nacional. Para um analista do setor crédito, a inovação é importante, e essa moeda digital fará o BC economizar bilhões nos próximos anos.
A fala é de Elias Sfeir, Presidente Executivo da ANBC, Associação Nacional dos Bureaus de Crédito. A associação é responsável pelos birôs de crédito no Brasil, que defendem, entre outros, a educação financeira no país.
De acordo com Elias, a classe dos birôs está otimista com a chegada de uma moeda digital. Por enquanto, o BC ainda estuda o tema, como o impacto que essa moeda poderia causar e sua integração com o PIX.
Moeda digital do BC é esperada pelos birôs de crédito: “otimistas”
A moeda digital é um tema em alta nos últimos anos, principalmente após a criação do Bitcoin. Quando o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, propôs uma nova tecnologia digital como meio de pagamentos, revolucionou o mundo.
Isso porque, até então o dinheiro era impresso apenas por bancos centrais, as chamadas moedas fiduciárias. O Bitcoin, no entanto, é a primeira moeda digital a funcionar sem uma entidade central.
Com a popularidade do tema, os bancos centrais passaram a buscar essa tecnologia. As chamadas moedas digitais de banco central ganharam até um nome: CBDC. Essas espécies de criptomoedas nacionais estão sendo desenvolvidas por vários países hoje.
Um dos últimos a anunciar esforços para viabilizar sua CBDC é o Brasil. Com essa moeda digital, o BC fará uma economia de R$ 90 bilhões por ano, estimam analistas. Esse seria o custo para emissão e controle das cédulas do Real.
Em conversa com o TeleSíntese, o presidente executivo da ANBC, Elias, se colocou como entusiasta da novidade. Com a possível chegada da moeda digital, os bistrôs de crédito estão otimistas com a nova tecnologia.
Medo com relação a cibersegurança, mas pensamento positivo para aquecer economia, apontou presidente da ANBC
De acordo com Elias, o projeto de moeda digital do BC é promissor, muito além do Bitcoin. Isso porque, a moeda digital nacional teria o Banco Central como responsável pelas transações. Essa seria uma qualidade da CBDC, na visão do presidente da ANBC, que pode fazer girar a moeda com mais rapidez, trazendo impactos positivos para a economia.
Com a possível capacidade da moeda nacional ser de padrão global, Elias acredita que seria muito positivo para o Brasil. O especialista em finanças também apontou que o maior controle sobre a moeda digital, e suas transações, dá ao Banco Central mais força.
O BC iniciou no último dia 21 de agosto o início dos estudos sobre a moeda digital. Um dos desafios é criar uma tecnologia boa e segura, como a do Bitcoin, que é internacional e a mais segura do mundo hoje. Ainda não há relatos de como seria a tecnologia de segurança dessa moeda nacional.
Caso o desenvolvimento da solução brasileira seja acelerado, em até um ano o Brasil poderá ter uma moeda digital. Essa nova divisa certamente terá integração com o PIX e deve ser uma irmã do Real, que não deve ser totalmente digitalizado neste mesmo período.
Por fim, vale destacar que a população brasileira ainda não é acostumada com pagamentos digitais. Logo, esse seria um dos entraves para a adoção dessa tecnologia hoje, problema vivido também pelo Bitcoin.