O movimento antifascista é considerado de extrema-esquerda de acordo com alguns analistas políticos, e correm o risco de serem considerados terroristas nos EUA. Também chamado de antifa por alguns, os defensores dessa corrente de pensamento poderão se refugiar no Bitcoin em breve, destacou uma análise publicada pela revista Forbes.
Isso porque, após a morte de George Floyd, um negro assassinado por um policial, uma série de protestos surgiram pelos EUA. Com a bandeira antifascista no meio dos protestos, pesam acusações que este grupo comete vandalismo e incita a violência.
Contudo, segundo a legislação dos EUA hoje, o país é proibido de taxar como terroristas um grupo local. Mesmo assim, a visão do presidente Donald Trump é que este grupo, descentralizado, oferece riscos a soberania dos EUA e poderiam ser investigados, como consequência, ter contas bancárias congeladas.
Movimento antifascista (antifa) poderá buscar refúgio no Bitcoin, destacou revista Forbes
O fascismo é uma corrente ideológica que nasceu na Itália, em 1922, e se manteve no poder com Benito Mussolini até sua derrota na Segunda Guerra Mundial. Mesmo com o fim da última grande guerra, seu pensamento considerado ditatorial, centralizador e até de raça, continuam a ter seguidores pelo mundo.
Contrários a essa ideologia, o movimento antifascista surgiu, sendo considerado de extrema-esquerda por alguns. Nos protestos pela morte de George Floyd nos EUA recentemente, o movimento ganhou destaque midiático e já é visto com olhares desconfiados por políticos.
O presidente Donald Trump compartilhou em seu Twitter que este movimento era terrorista. Sua postagem chegou a ser compartilhada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), que também viu crescer o movimento no país sul-americano.
Ao Trump ameaçar o movimento antifa como terrorista, Billy Bambrough, escritor contribuidor da Forbes, destacou que uma alternativa financeira deverá ser procurada pelo grupo. Isso porque, enquanto movimento ilegal, membros da corrente antifa poderiam começar a sofrer sanções e ter até contas bancárias bloqueadas.
As preocupações com a possibilidade do antifa ser considerado terrorista começaram após um representante republicano (do partido de Trump) considerar o bloqueio de contas bancárias. De acordo com Matt Gaetz, todos os membros do antifa devem ter suas comunicações monitoradas e contas bancárias congeladas.
Gaetz afirmou que a medida deveria ser efetivada, comparando o caso com a campanha militar dos EUA no Oriente Médio. Em 2011, o Wikileaks também teve problemas com a justiça dos EUA e correu para o Bitcoin, em meio a acusações semelhantes e perseguições pelo governo. Na época, a Mastercard e Paypal deixaram de aceitar transações do grupo.
Fuga para Bitcoin é atrair vespas assassinas? Wikileaks provou que não
Quando o Wikileaks liberou dados confidenciais do governo norte-americano passou a ser perseguido. Defensor de uma imprensa livre, o Wikileaks teve dificuldade para obter financiamento para suas atividades até que, em 2011, passou a aceitar Bitcoin.
Na ocasião, a comunidade era pequena e Satoshi Nakamoto se preocupou que o movimento poderia atrair “vespas assassinas para o Bitcoin“. O pensamento era que o governo poderia perseguir a comunidade Bitcoin pelo envolvimento, involuntário, do Wikileaks, o que com o tempo se provou errado.
“O WikiLeaks chutou o ninho de vespas e o enxame está vindo em nossa direção”, disse Satoshi no Bitcointalk
Julian Assange, atualmente preso, chegou a confessar que o Bitcoin salvou o Wikileaks, principalmente com a alta valorização da moeda com o tempo. De acordo com Billy Bambrough, em sua análise para a revista Forbes, o movimento antifa também deverá ir ao encontro do Bitcoin caso contas bancárias comecem a ser congeladas.
Quando o Wikileaks chegou no Bitcoin, a moeda valia apenas alguns dólares, mas teve extrema valorização com o tempo. O preço do Bitcoin hoje já está em U$ 9700 (R$ 49700), mas deverá ser uma válvula de escape para qualquer pessoa, pois é uma moeda independente de partido ou ideologia política.
“O Bitcoin é uma infraestrutura financeira apolítica que é indiferente à identidade de seus usuários”, afirmou Nic Carter, entusiasta do Bitcoin para a Forbes