A Polícia Civil do Estado de Goiás, com colaboração de autoridades do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a operação batizada “Deep Hunt” contra suspeitos de crimes cibernéticos e prendeu um casal suspeito de operar um esquema de lavagem de dinheiro com criptomoedas.
Ao todo, 94 mandados de busca e apreensão são cumpridos pelas autoridades em vários estados. Na tradução literal do nome da operação, significa “caçada profunda”, indicando que as autoridades seguem aprofundando as investigações.
O casal preso, por exemplo, estava em uma cobertura de apartamento de luxo na capital fluminense. Contra eles havia um mandado de prisão temporária em aberto. O casal ainda pode responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e furto.
Já em Goiás, 180 policiais cumpriram mandados em quatro cidades goianas, para apuração do caso. O crime sob investigação envolvia a compra de dados bancários de vítimas com pagamentos em criptomoedas, utilizando a deep web para isso.
Ainda não está claro como as autoridades conduziram as investigações, mas com os novos documentos e dispositivos apreendidos, poderão entender mais sobre o mecanismo do crime.
Operação Deep Hunt determinou bloqueio de R$ 112 milhões em bens móveis de suspeitos de praticar crimes com lavagem de dinheiro em criptomoedas
Informações divulgadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro obtidas pela reportagem indicam que a ação é contra um grupo especializado em crimes virtuais.
“A ação ocorre simultaneamente em outros estados. O objetivo é cumprir 41 mandados de prisão, sequestrar R$ 112 milhões, 34 imóveis e 12 carros de luxo“, diz a PCRJ.
Não está claro ainda se parte do valor alvo dos bloqueios está em alguma corretora de criptomoedas brasileiras. A reportagem apura com as empresas do setor o assunto.
Crimes recentes mostra importância do compliance nas corretoras de criptomoedas
Mais uma operação da polícia brasileira mostra a prática de possível lavagem de dinheiro com criptomoedas.
Na última semana, com o roubo de valores em contas mantidas no Banco Central do Brasil, parte dos valores migrou para a prática de lavagem. Mas vendedores de criptomoedas que conversaram com o Livecoins indicaram que aumentaram medidas de segurança para se blindar de problemas.
Além disso, corretoras também reforçaram medidas de compliance, indicando que o mercado tem colaborado com autoridades brasileiras e se adequado às normas de prevenção a lavagem de dinheiro.
De qualquer forma, um advogado explicou para a reportagem que a prática de conhecer o seu cliente se mostra fundamental para quem opera neste mercado.