PF vai investigar movimentações em bitcoin de quatro suspeitos de invadir o celular de Sergio Moro

Serão notificadas a Foxbit, a Brasiliex e o Mercado Bitcoin, para repassar à Polícia Federal e ao Ministério Público o saldo e possíveis movimentações em Bitcoin

Quatro homens foram presos acusados de hackear o celular do ministro da justiça Sérgio Moro. Um dos acusados está sendo investigado por transações envolvendo bitcoin. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) pediram dados do hacker para três corretoras de criptomoedas brasileiras. As investigações esperam encontrar informações sobre as transações financeiras do acusado que está detido.

As prisões aconteceram em Ribeirão Preto, Araraquara e na capital São Paulo nesta quarta-feira (24). Os acusados estão sendo investigados como os hackers por trás da invasão do celular de Sérgio Moro. Esta invasão teria fornecido informações para o que desencadeou em diversas publicações chamadas de “Vaza-Jato”. Além do Intercept Brasil, matérias sobre o caso foram publicados pelo El País e pela revista Veja.

Hacker comprava e vendia bitcoins

Um dos hackers presos no caso do ministro Sérgio Moro movimentava criptomoedas na internet. Conhecido como Gustavo DJ, o acusado comprava e vendia bitcoins. As movimentações de criptomoedas do acusado deverão ser analisadas pelo Ministério Público. As informações sobre a compra e venda da criptomoeda foram prestadas pelo próprio advogado que defende o acusado.

Três exchanges brasileiras deverão prestar informações sobre a suposta movimentação financeira do acusado. Como Gustavo é acusado de ter hackeado celulares de autoridades brasileiras, as movimentações do DJ poderão ser consideradas suspeitas. Sendo assim, a justiça determinou o bloqueio de qualquer tipo de criptomoeda em nome dos acusados.

Presos terão dados vasculhados em exchanges brasileiras

Além do hacker conhecido como Gustavo DJ, o despacho definiu que os demais presos na operação tivessem qualquer quantia em criptomoedas bloqueadas nas três exchanges citadas na decisão. São eles Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques e Suelen Priscila de Oliveira.

De acordo com a decisão proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, todas as movimentações realizadas de 01/01/2018 até esta quarta-feira (23) deverão ser informadas à justiça. Mercado Bitcoin, BraziliexFoxbit foram intimadas a fornecer informações sobre possíveis carteiras digitais em nome dos quatro citados na ação judicial.

O Ministério Público Federal manifestou-se pelo acolhimento da
representação formulada pela autoridade policial e pela expedição de ofícios às
empresas Foxbit, Braziiex e Mercado Biticoin para que informem quanto a existência
de carteiras era nome dos quatro investigados bem como o saldo e possíveis
movimentações de compra e venda de criptomoedas no período de 01/01/2018 até a
presente data.

Decisão
Decisão

Outras autoridades além de Sérgio Moro foram hackeadas

Além do ministro Sérgio Moro, os hackers teriam hackeado o desembargador federal Abel Gomes, o juiz federal Flávio Lucas. Além desse nomes, dois delegados da Polícia Federal paulista, Rafael Fernandes e Flávio Vieitez Reis, tiveram os celulares hackeados segundo o G1.

A Operação Spoofing aconteceu em São Paulo, onde quatro acusados foram presos pela Polícia Federal. Segundo informações prestadas pela defesa de dois dos quatro acusados, as mensagens foram avistadas no celular de um dos presos.

As informações foram prestadas por Ariovaldo Moreira, que defende o Gustavo Henrique Elias Santos (Gustavo DJ) e Suellen Priscila de Oliveira. As mensagens do ministro Sérgio Moro foram vistas por Gustavo DJ no celular de outro acusado que foi preso na operação, Walter Delgatti Neto. 

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Paulo Carvalho
Paulo Carvalho
Jornalista em trânsito, escritor por acidente e apaixonado por criptomoedas. Entusiasta do mercado, ouviu falar em Bitcoin em 2013, mas era que nem caviar, "nunca vi, nem comi, só ouço falar".

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