Regulação do Bitcoin no México não deve ser feita pelo banco central, diz analista

Tema avança em muitos países conduzido principalmente pela autoridade monetária de emissão de dinheiro fiduciário.

Na última quinta-feira (27), um livro sobre o crime de lavagem de dinheiro foi lançado por especialistas mexicanos. Segundo um dos autores, que trabalha na Unidade de Inteligência Financeira (UIF), a regulamentação do Bitcoin no México não deveria ser conduzida pelo banco central local.

O livro “Prevenção de operações com recursos de origem ilícita no México” foi escrito para ser consultado por agências reguladoras e acadêmicas no país. A intenção dos autores é clarear um tema delicado, visto que o México tem uma forte presença do narcotráfico.

Para a coautora Karla Valenzuela Pérez, outra situação complicada vivida no país é que ele estaria geograficamente posicionado ao lado do maior consumidor de drogas do mundo, que seria os Estados Unidos. Ou seja, qualquer estudo e política que altere questões de lavagem de dinheiro afeta grandes vendedores de drogas.

No México, vale o destaque, o HSBC acabou ficando famoso ao ser descoberto lavando dinheiro para o tráfico local. O tema foi até alvo de um episódio da série “Na Rota do Dinheiro Sujo”, apresentado pela Netflix.

Regulamentação do Bitcoin não deveria ser conduzida pelo Banco Central do México, diz analista em inteligência financeira

O Bitcoin tem sido associado há alguns crimes durante sua história, sendo a lavagem de dinheiro um deles. Em um evento na última semana no México, país assolado pelo crime organizado, as criptomoedas acabaram ganhando destaque.

De acordo com Santiago Nieto Castillo, Chefe da Unidade de Inteligência Financeira, coautor de um livro sobre crimes financeiros, o Bitcoin é um assunto que não deveria ser regulamentado pelo Banco do México (Banxico).

Chefe da Unidade de Inteligência Financeira do México, Santiago Nieto Castillo
Chefe da Unidade de Inteligência Financeira do México, Santiago Nieto Castillo/Reprodução

Segundo Santiago, o banco central do país teria menos competência que a Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários (CNBV), porque essa autoridade teria mais tecnologia e conhecimento para realizar o processo.

Essa visão do chefe da UIF local certamente chamou atenção, visto que a prática de regulamentar o Bitcoin em vários países tem se dado pelo banco central.

No Brasil, por exemplo, há uma forte pressão pela regulamentação do Bitcoin no Bacen. Mesmo assim, na última semana Roberto Campos Neto, presidente da autarquia, revelou que não acha importante criar regras neste momento.

Uma semelhança da regulamentação do Bitcoin no Brasil e no México está no fato que não há regras claras para os participantes deste mercado. Contudo, em ambos os países a criptomoeda já é regulamentada pela Receita Federal, cobrando impostos sobre transações de quem utiliza moedas digitais.

Outro autor do livro acredita que Bitcoin não deve ser confundido como atividade criminosa

Outro autor do livro presente no evento de lançamento, Sandro García Rojas Castillo, disse que o tema das criptomoedas deve ser desmistificado. De acordo com o analista em crimes financeiros, o Bitcoin não é por si só uma moeda criminosa.

Segundo Sandro, uma nota de 100 dólares e o Bitcoin podem ser utilizadas para crimes de forma igual, como qualquer moeda digital. Para os analistas, a regulamentação deve ser construída em torno principalmente da prevenção às operações ilícitas, fortalecendo a confiança nos mercados mexicanos.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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