Um dos quatro candidatos mais ricos das eleições 2022 é um empresário e político milionário do Pará, que declarou R$ 39 milhões em criptomoedas. Candidato a deputado estadual, ele teve seu caso revelado em agosto de 2022, quando as primeiras candidaturas começaram a ter seus bens divulgados.
Entre os cinco mais ricos das eleições de 2022, apenas um dos candidatos mostraram possuir criptomoedas ao realizar suas declarações de bens e patrimônio.
Candidato a deputado no Pará pelo Partido Progressista (PP), Ailson Souto da Trindade chamou atenção pelo seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral.
“Milionário dos criptoativos”, político do Pará não se elege
Considerado o quarto mais rico das eleições de 2022 em um levantamento realizado pelo O Globo, Ailson foi o único entre os dez candidatos mais ricos a declarar patrimônio em criptomoedas.
Com total de bens em R$ 448 milhões ele ainda possuiu investimentos em imóveis rurais e aplicação em poupanças.
Outros multimilionários que se candidataram, apesar de não serem investidores de criptomoedas, mostraram aplicações em imóveis rurais e produtos bancários.
Quando as declarações foram a público no início de agosto, ainda não estava claro que ele possuía Bitcoin como investimento, mas sua assessoria confirmou que ele era um investidor da moeda digital.
Nas urnas, Ailson obteve apenas 191 votos a seu favor, mas que ainda o colocam como suplente caso alguma vaga surja no futuro na Assembleia Legislativa do Pará.
Mesmo sem conseguir uma vaga diretamente, seu resultado nas eleições de 2022 foi melhor que quando disputou em 2012 para vereador no município de Porto de Moz, quando não foi eleito e nem ficou como suplente.
Justiça Eleitoral considera criptomoedas uma forma de dinheiro estrangeiro
Chamou atenção que o candidato do Pará colocou em sua declaração as criptomoedas como forma de dinheiro estrangeiro.
Isso porque, formalmente, o Brasil ainda não reconhece criptomoedas como forma de dinheiro, sendo que o Banco Central tem o entendimento que o Bitcoin é uma forma de investimento e um ativo financeiro, não uma divisa.
De qualquer forma, é proibido doações em criptomoedas no Brasil há alguns anos, visto que a justiça eleitoral já se posicionou sobre o tema desde 2018, quando o mercado estava em alta. Qualquer valor recebido não pode ser utilizado em campanhas, que devem prestar conta de seus gastos.