Uma startup DeFi de criptomoedas deixou todos os seus recursos financeiros depositados na FTX e perdeu tudo. As consequências do evento já são sentidas pela equipe de funcionários, que perderam seus empregos.
Com sede na Nigéria, a Nestcoin foi mais uma das possíveis vítimas globais da FTX. Em 2021, a startup angariou capital com a Alameda Research, empresa que também estava sob o comando de Sam Bankman-Fried (SBF).
Após captar os recursos para sua operação, eles depositaram suas stablecoins na FTX, corretora também de SBF.
Startup de criptomoedas africana demite funcionários após perder tudo na FTX
Um dos países com a maior adoção de criptomoedas no continente africano é a Nigéria. Com a população buscando utilizar os novos meios de pagamentos cada vez mais, surgiu a ideia da startup Nestcoin.
Apoiada pelo grupo da FTX em 2021, a empresa buscou levar mais serviços aos nigerianos. DeFi, Web3, NFTs, entre outros nichos de mercado eram apresentados aos clientes pela empresa.
Um ano depois, contudo, a parceria que aparentava promissora ruiu de forma drástica.
A FTX faliu, assim como a Alameda Research e mais outras inúmeras empresas do grupo pelo mundo. Com o colapso, a falta de saques foi imposta aos clientes da corretora, sendo uma delas a Nestcoin.
Agora, todos os funcionários da startup de criptomoedas na Nigéria estão sendo demitidos, visto que os recursos presos na FTX podem ter sido perdidos para sempre. Desde que faliu, a corretora tem deixado claro não ter mais dinheiro.
Apesar de demitir funcionários, a startup não custodiava criptomoedas de clientes, ou seja, ninguém perderá dinheiro com seu fim.
Confira a carta em inglês enviada para os investidores da Nestcoin abaixo.
Colapso da FTX já chegou na Austrália
A FTX detinha nos últimos meses uma divisão na Austrália também. Com essa operação, uma das corretoras de criptomoedas que recorria a seus serviços era a Digital Surge.
Desde o colapso da corretora de SBF, a australiana afirma aos seus clientes que não emprestava as criptomoedas de seus clientes. Apesar disso, os saques estão travados na corretora, que alega não ter condições de cumprir com as retiradas aos clientes devido ao fim da FTX.
“Olá, confirmando que não emprestamos bens de nossos usuários. Entendemos que este é um momento muito volátil e assustador com a situação atual no espaço cripto. Se você tiver mais alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco via chat ao vivo.”
Hi @USBcoins, confirming we do not lend our users assets. We understand this is a very volatile time and daunting period with the current situation in the crypto space. If you have any further questions, please feel free to reach out to us via live chat 🙂
— Digital Surge – Australian Crypto Exchange (@DigitalSurge) November 15, 2022
Seja na Nigéria ou na Austrália, tudo indica que o impacto global da FTX ainda não chegou ao fim. Enquanto a situação é agonizante para clientes com saldos nas plataformas, ganha força a narrativa de que as criptomoedas devem permanecer custodiadas em carteiras dos próprios usuários.