Mais um país lança corretora estatal de criptomoedas

A experiência com corretoras de criptomoedas próprias de governos não tem um retrospecto positivo, ao se considerar o exemplo da Venezuela, que travou sua operação após um caso de corrupção.

Embora não seja uma prática totalmente comum, mais um governo resolveu lançar uma corretora de criptomoedas própria, agora na Ásia, na Indonésia.

Com a chegada programada ainda para julho de 2023, todas as operações com criptomoedas no país deverão se concentrar na bolsa estatal. Ou seja, ficará mais difícil para que corretoras privadas atuem na região.

A novidade divulgada nesta sexta-feira (14), pelo jornal Tempo, cita que Didid Noordiatmoko, chefe da Futures and Commodity Trading Regulatory Agency (Bappebti), declarou que espera nos próximos dias que a plataforma entre em funcionamento.

Governo da Indonésia confirma planos de corretora de criptomoedas própria

De acordo com informações divulgadas pela imprensa da Indonésia, na última quarta-feira (12), em Jacarta, capital do país, o órgão público divulgou que já definiu como funcionará a corretora de criptomoedas.

Assim, com alto compliance e KYC, processos estes de identificar clientes, a corretora quer concentrar o volume de negociações do país. Não está claro ainda se as exchanges privadas serão encerradas com a situação, ou se elas deverão ter mais regras para atuar.

Vários testes entre corretoras e investidores já foram realizados, indicando que a chegada da operação é uma questão de dias.

Após a chegada da plataforma, os negociantes licenciados no país terão apenas um mês para se cadastrar na bolsa estatal. Os planos da Indonésia para lançar sua corretora estatal de criptomoedas eram aguardados desde 2022, quando o governo local acenou para a possibilidade, que agora se torna real.

Risco de uma corretora nacional

Ainda não está claro como funcionará a nova corretora de criptomoedas da Indonésia, mas tudo indica que os planos estão em estágio avançado de implementação.

Contudo, há um grande risco na construção de plataformas cripto via governos, e o recente fracasso da Venezuela no mercado comprova. Isso porque, o Governo de Nicolas Maduro criou uma corretora nacional, assim como uma planta de mineração de bitcoin própria e até um ministério de ativos digitais.

Mas um caso de corrupção na venda de petróleo por criptomoedas abalou a confiança do presidente na tecnologia, e ele rapidamente dissolveu o ministério, além de paralisar todas as operações nacionais com moedas digitais. Ou seja, em uma canetada, as operações estatais pararam, deixando muitos investidores sem acesso ao seu patrimônio.

Vale lembrar ainda que a segurança das corretoras de criptomoedas também pode levar riscos aos investidores. Publicamente, o mercado da Indonésia ainda aguarda a chegada da corretora para avaliar seu funcionamento.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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