Após o presidente Lula defender em reunião do BRICS a desdolarização em comércios entre países que não envolvam os EUA, o Partido dos Trabalhadores (PT) encaminhou uma campanha em suas redes sociais sobre o mesmo tema. Poucos dias depois, o Governo dos EUA sob a presidência de Donald Trump anunciou no dia 15 de julho uma investigação até sobre o PIX, sistema de pagamentos eletrônicos do Banco Central do Brasil.
O crescimento da tensão entre os países ocorre poucos dias após Donald Trump anunciar tarifas de 50% na importação de produtos brasileiros, no dia 9 de julho. Em reação, o Governo do Brasil tem defendido a soberania do país.
De qualquer forma, para os brasileiros que assistem às trocas de acusações resta a dúvida de como tal situação pode afetar suas vidas. Vale lembrar que o Pix é um sistema que deve se integrar ao futuro Drex sob o estudo do BCB.
PT apoia Lula em falas públicas sobre desdolarização no comércio entre países sem ligação com os EUA; Governo Trump anuncia investigação ampla
Durante reunião do BRICS, o presidente Lula declarou no dia 7 de julho em coletiva com a imprensa que o uso do Dólar não é necessário quando em relações comerciais entre países que não envolvam os EUA. Assim, o Brasil indica que pode negociar com outros países, como China, Rússia, Índia, África do Sul e outros membros do bloco sem uso de Dólar.
“Quem determinou o Dólar como padrão?“, disse Lula em coletiva na Cúpula do BRICS.
Em suas redes sociais, o Partido dos Trabalhadores reforçou a fala do presidente filiado desde sua fundação, defendendo que a população brasileira deixe de utilizar o Dólar também. “Desdolarizai-vos“, disse o PT citando falas de Lula.
💸 Desdolarizai-vos!
“O mundo precisa encontrar um jeito de que nossas relações comerciais não precisem passar pelo dólar… obviamente, temos que ser responsáveis e fazer isso com cuidado.” — Lula, sobre a proposta de desdolarização nos BRICS.
“É um novo jeito de a gente fazer… pic.twitter.com/rlzpcT1sSr
— PT Brasil (@ptbrasil) July 13, 2025
Em retaliação, o Office of the United States Trade Representative (USTR) anunciou no dia 15 que vai agora investigar o Brasil em várias frentes.
“A investigação buscará determinar se atos, políticas e práticas do Governo do Brasil relacionados ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico; tarifas preferenciais injustas; interferência anticorrupção; proteção da propriedade intelectual; acesso ao mercado de etanol; e desmatamento ilegal são irracionais ou discriminatórios e oneram ou restringem o comércio dos EUA“, diz a nota do órgão norte-americano.
Com aumento da tensão entre o Brasil e os EUA, entenda a cronologia dos fatos
- Dia 7 de julho de 2025: Lula dá coletiva para imprensa em evento dos BRICS no Brasil e diz que não há necessidade do Dólar entre negociações comerciais internacionais;
- Dia 9 de julho de 2025: Donald Trump cumpre ameaças que havia feito a quem resolvesse abandonar o uso do Dólar e anuncia taxação de 50% em produtos brasileiros;
- Dia 9 de julho de 2025: Lula ameaça no X que taxação dos EUA haverá retaliação como prevê legislação brasileira;
- Dia 13 de julho de 2025: Partido dos Trabalhadores faz campanha pública para a desdolarização e faz eco às falas do presidente Lula do dia 7;
- Dia 15 de julho de 2025: Governo Trump amplia vigilância sobre o Brasil e quer investigar até o Pix;
- Dia 15 de julho de 2025: Lula assina Decreto de Reciprocidade Econômica, indicando que vai devolver a taxação de 50% para produtos importados dos EUA pelo Brasil.
Com a tensão, a cotação do Dólar no Brasil saiu de R$ 5,49 para R$ 5,56 entre o dia 7 e 15 de julho, uma alta de 1,27% em menos de uma semana.
Alta do Dólar no Brasil tem ajudado cotação do bitcoin em corretoras nacionais
Com a alta do Dólar no Brasil, os investidores de bitcoin e criptomoedas do país experimentam ganhos extras. Isso porque, o mercado cripto tem se valorizado frente ao Dólar, e com a alta desta sobre o Real, o movimento fica ainda mais forte em corretoras brasileiras.
De acordo com o Mercado Cripto do Livecoins, o bitcoin opera em R$ 664 mil por unidade, com alta de 11% nos últimos sete dias.