Ramil Ventura Palafox, CEO e principal promotor da Praetorian Group International (PGI), se declarou culpado na última quarta-feira (17) por orquestrar um esquema de pirâmide financeira com Bitcoin.
O homem de 60 anos prometia retornos diários entre 0,5% a 3% às vítimas. No entanto, o governo americano aponta que sua plataforma nem sequer operava e usava o dinheiro de outros investidores para cumprir suas promessas.
A audiência de sentença está marcada para o dia 3 de fevereiro de 2026 e o piramideiro pode ficar até 40 anos na cadeia.
Executivo usava dinheiro das vítimas em carros, hotéis e outros bens de luxo
Falsamente afirmando que sua empresa negociava Bitcoin, Ramil Ventura Palafox prometia retornos diários entre 0,5% a 3% aos seus investidores. Por exemplo, um investimento de US$ 1.000 seria transformado entre 2.825 a 11.950 dólares ao final de um ano.
Embora os números fossem bons demais para serem reais, Palafox conseguiu atrair mais de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) em investimentos. O esquema operou entre dezembro de 2019 e outubro de 2021, fazendo ao menos 90.000 vítimas ao redor do mundo.
“Isso pelo menos US$ 30.295.289 em moeda fiduciária e pelo menos 8.198 bitcoins no valor de US$ 171.498.528”, escreveu o Departamento de Justiça dos EUA. “Como resultado das ações de Palafox, os investidores sofreram perdas totais de pelo menos US$ 62.692.007.”
Como toda pirâmide, a plataforma Praetorian Group International (PGI) usava o dinheiro de novos investidores para honrar as promessas de pagamentos para as outras vítimas.
Já Palafox levava uma vida de luxo. Conforme destacado pelas autoridades, ele gastava milhões em carros, hoteis, roupas e joias.
- US$ 3 milhões em 20 veículos de luxo, incluindo carros da Porsche, Lamborghini, McClaren, Ferrari, BMW, Bentley, entre outros;
- US$ 329.000 em suítes de cobertura em uma rede de hotéis de luxo;
- US$ 6 milhões em quatro casas em Las Vegas e Los Angeles;
- US$ 3 milhões em roupas, relógios, joias e móveis de luxo em lojas de alto padrão, incluindo Louboutin, Neiman Marcus, Gucci, Versace, Ferragamo, Valentino, Cartier, Rolex e Hermes, entre outras;
Além disso, também transferiu US$ 800.000 em moeda fiduciária e outros 100 bitcoins, então avaliados em US$ 3 milhões, para um de seus familiares.
Executivo se declarou culpado e pode passar 40 anos na cadeia
Ramil Ventura Palafox se declarou culpado pelos crimes de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Com dupla cidadania, americana e filipina, o executivo pode enfrentar uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Como parte de seu acordo, que pode reduzir sua pena, o executivo também concordou em pagar uma restituição de US$ 62,7 milhões às vítimas.
Somado a isso, o FBI criou uma página especial para que as vítimas do esquema possam reivindicar suas perdas.