Colored coins são moedas com metadados gravados no OP_RETURN de um pequeno número de moedas, dessa forma, tais moedas têm um valor diferente de moedas comuns. É como escrever em um nota de Real que aquela nota representa X ações de uma empresa, fazendo com que a nota se diferencie das demais. Dito isto, é possível criar tokens na blockchain do Bitcoin.
O USDT é um token no Bitcoin
Caso você não saiba, o Tether (USDT) é um token que funciona na rede do Bitcoin através do protocolo da Omni. Recentemente o USDT também foi introduzido como tokens ERC-20 e TRC-20 nas blockchains Ethereum e Tron, respectivamente. Apesar de toda a segurança do hashrate do Bitcoin e de possíveis exploits em contratos inteligentes, o USDT vem ganhando força na rede Ethereum por ser mais prático, barato e rápido em termos de transferência.
Agora vamos voltar ao USDT no Bitcoin, as transações de tal token podem ser encontradas em quaisquer exploradores de blocos, como o Blockchain.com, todavia, o explorador próprio da OMNI resulta em uma melhor experiência de usuário.
Vamos analisar a mesma transação de USDT em três exploradores de blocos diferentes: OMNI, Blockchain.com e Blockchair
Ao clicar em Show scripts & coinbase na transação do site blockchain.com, será mostrado os scripts de entrada e saída e ali encontraremos os dados contido no OP_RETURN: 6f6d6e69000000000000001f00000182e3ece750
6f6d6e69 é o hexadecimal de Omni
1f é o ID do ativo USDT
182e3ece750 equivale-se ao montante de 16.616,8133 USDT
Agora, para ter controle sobre estes USDT transacionados, a OMNI trabalha com um sistema de contabilidade secundário, mantido pelos próprios nós, que rastreia os dados dos OP_RETURNs para calcular os saldos.
Outros tokens no Bitcoin
O USDT não é o único token no Bitcoin, no protocolo da OMNI podemos encontrar o Omni Token, MaidSafecoin e outros tokens menos conhecidos.
Em outros protocolos como o Counterparty, podemos encontrar mais tokens, como o FootballCoin, Age of Rust e outros.
Devido a chegada do Ethereum e outras blockchains que permitem um melhor experiência na criação, por parte de desenvolvedores, e manutenção de tokens, por parte dos usuários, a blockchain do Bitcoin acabou perdendo a corrida. Por outro lado, essa facilidade na criação de tokens acabou gerando uma infestação de golpes, principalmente envolvendo crowdfunding.
A primeira stablecoin brasileira
Para finalizar com chave de ouro, a primeira stablecoin brasileira, e uma das primeiras do mundo, foi criada em 2014 por Adriano, atual moderador da aba brasileira no bitcointalk, utilizando este processo chamado de colored coins através do extinto protocolo coinprism.
A ideia é a mesma das atuais stablecoins, retirar a lentidão dos bancos do processo de negociação entre moedas fiduciária e cripto.
A moeda não tinha lastro em reais, havia uma garantia de recompra de tais tokens.
Na lista aparecem os nomes do próprio Adriano, 2501 (fundador do Mercado Bitcoin), e canhada (fundador da Foxbit). Devido aos riscos, o projeto foi abandonado, porém a técnica mostrou-se totalmente viável e funcional.
Para mais informações sobre colored coins, consulte o livro Mastering Bitcoin.