Nos últimos dias, o Departamento de Imigração da Tailândia emitiu uma nota sobre 24 chineses que estariam envolvidos em um golpe com Bitcoin dentro de um call center e teriam sido presos pela polícia. As autoridades agora buscam identificar os mandantes do crime e responsabilizar os culpados.
24 envolvidos em golpe com Bitcoin são presos pela Polícia dentro de um call center improvisado
Uma operação clandestina chamou atenção das autoridades da Tailândia nos últimos dias. De acordo com nota do Departamento de Imigração do país, 24 chineses foram presos aplicando golpes com Bitcoin.
A polícia identificou que o golpe envolvia Bitcoin, uma moeda digital que funciona pela internet. Além disso, o esquema era comandado por um chefe chinês, que persuadia os funcionários a migrar da China para a Tailândia para trabalhar com este esquema.
Ao chegar no país, os chineses eram acomodados em call centers improvisados. Dessa forma, tinham seu passaporte retido pelo chefe e tinham que prestar os serviços por três meses.
Após o período, os chineses eram encaminhados novamente ao seu país de origem. Certamente, a troca de imigrantes da operação chamou atenção da polícia, que afirmou que estes são “membros de gangues”.
Grande corretora de criptomoedas era utilizada por golpistas
De acordo com o portal local ChianGraiTimes, os chineses ficavam em casas alugadas na cidade de Bangkok. Além disso, a operação teria iniciado em março de 2019, segundo as investigações da polícia.
Contudo, chamou atenção que a polícia identificou que o golpe utilizando Bitcoin utilizava uma grande corretora de criptomoedas. A Huobi Global era a plataforma que os golpistas utilizavam para enganar as suas vítimas.
O golpe, segundo investigações até aqui, consistia em ligar para pessoas e convence-las a comprar Bitcoin pela Huobi. A polícia acredita que os alvos eram cidadães chineses, que eram iludidos a comprar moeda digital.
Ainda não se sabe ao certo o que o dono da operação ganhava com essas transações. Mas as vítimas eram iludidas a realizar movimentações dentro da Huobi Global entre 09 e 22 horas.
Com a prisão, a polícia aprendeu 61 notebooks, mais que 400 celulares, entre outros equipamentos de tecnologia. A polícia ainda investiga se há participação de tailandeses no caso.
Não são apenas golpes envolvendo Bitcoin que aconteciam no local
Os funcionários presos eram acomodados locais específicos e tinham até sua refeição paga pelo chefe. A polícia ainda não deixou claro que o chefe da chamada gangue teria sido preso no local.
Entretanto, cabe o destaque que os funcionários eram orientados a realizar outro tipo de golpe no local. Além da movimentação com Bitcoin, as ligações também envolviam a especulação de preços de ações do mercado financeiro. Ou seja, os golpistas especulavam vários produtos financeiros para cidadães chineses diretamente da Tailândia.
Na China, realizar trades com criptomoedas é proibido pelo governo, que declarou recentemente ser contra. A polícia tailandesa não divulgou quanto pode ter sido perdido com as operações de call center envolvendo Bitcoin.
Finalmente, a Huobi Global é apontada pelo CoinMarketCap como a 26.ª maior em volume de transações diárias. Essa é uma grande operação, que já foi considerada a terceira maior do mundo e chegou a abrir escritório no Brasil em 2018. O Livecoins apurou se houve alguma manifestação pela corretora sobre o caso, mas não identificou nada até o momento.