Primeiro resultado do Google para o termo “comprar bitcoin” nos EUA é malicioso

Primeira opção é uma shitcoin!

Desde 2017, o termo “Bitcoin” foi associado a uma série de criptomoedas falsas que surgem por aí. Agora, o Google tem sido acusado pela comunidade de oferecer um resultado malicioso pela busca “comprar Bitcoin”.

De fato, a dúvida é comum dentre os que iniciam no criptomercado após agosto de 2017. Um dos maiores evangelizadores do Bitcoin (BTC), Roger Ver, passou a divulgar outra moeda com nome parecido.

O Bitcoin Cash (BCH), tem sido divulgado como o “verdadeiro Bitcoin” desde sua criação, em 01/08/2017. Com isso, o Google mostra que a dúvida é comum, mas oferece riscos aos usuários novos na tecnologia.

Google exibe resultado malicioso para “comprar Bitcoin” nos EUA, comunidade denuncia

Um grave problema tem ocorrido para quem procura adquirir Bitcoin nos EUA. Isso porque, ao fazer uma simples pergunta no Google, os usuários se deparam com uma grave falha do buscador.

Cabe o destaque que os EUA é o país que mais compra Bitcoin com uso do Dólar, de acordo com o Coinhills. Ou seja, a “falsa” resposta para a pergunta pode ser ainda mais grave para novos usuários.

Ao acessar o Google e procurar “buy Bitcoin”, um usuário recebe como resultado a página do “Bitcoin.com“. Este website é mantido pela comunidade do Bitcoin Cash, uma criptomoeda alternativa que atualmente é a quarta em valor de mercado.

shitcoin bitcoin.com
shitcoin bitcoin.com

Esta denúncia foi feita no Twitter de Oded Leiba, engenheiro pesquisador da ZenGo. De acordo com Oded, os resultados da primeira busca pelo termo encaminham as pessoas para uma compra errada.

O primeiro resultado de pesquisa do Google para “buy bitcoin” está nesta página em http://Bitcoin.com. Triste.

 

O problema é antigo, pode estar longe de solução

O Google ranqueia os resultados de buscas de acordo com métricas, mas podem estar induzindo várias pessoas a realizar compras erradas. Ao perceber o “erro” sendo cometido pelo Google, a comunidade Bitcoin.org já se mobiliza para combater o problema.

De fato, ao trabalhar para melhorar o alcance do Bitcoin.org, este erro poderia ser diminuído, visto que as pessoas não entrariam mais no endereço da altcoin BCH. Roger Ver, que é um dos que defendem este projeto, tem sido acusado desde 2017 de fazer as pessoas perderem dinheiro com essa shitcoin (moeda sem valor).

De fato, a mesma pesquisa quando realizada no buscador privado Duck Duck Go, retorna o Bitcoin.org nas primeiras posições, de forma correta. No Yahoo Search o Bitcoin.org é a primeira posição. Por fim, no Bing também o resultado correto é demonstrado em uma simples busca.

O problema já é um velho dilema na comunidade Bitcoin, que parece ter resolvido tomar atitudes. Para alguns, o Bitcoin Core não se envolve, mas deveria apresentar uma solução para não prejudicar novos usuários das criptomoedas.

No GitHub oficial do Bitcoin Core, uma discussão foi criada no último dia 8 de fevereiro. A preocupação é ainda maior no ano de 2020, em que as criptomoedas têm tido uma boa valorização, correndo risco de muitas pessoas serem enganadas.

Termo "comprar Bitcoin" nos EUA aparece em primeiro lugar no Google
Termo “comprar Bitcoin” nos EUA aparece BITCOIN.COM em primeiro lugar no Google – Reprodução/Twitter

Para o perfil Bitcoin Ascent, se você comprou Bitcoin Cash enganado, deve procurar um advogado perto de você para ingressar com ação coletiva. Claro que processar é uma medida extrema, visto que o Bitcoin Cash não possui culpa pelo bom posicionamento em sua pesquisa no Google. Mesmo assim, mostra que há um forte receio com a boa colocação em “comprar Bitcoin” no maior buscador em uso no mundo.

Finalmente, o problema vem sendo denunciado, conforme aponta um vídeo gravado por um entusiasta no Twitter em abril de 2018 (veja abaixo). A comunidade Bitcoin Cash afirma possuir o verdadeiro Bitcoin, mas com a “ajudinha” do Google a situação fica pior.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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