Uma empresa que prometia rendimentos garantidos no mercado de diamantes tem seus líderes procurados pela justiça brasileira. O Ministério Público de São Paulo protocolou um edital para buscar os líderes da Pay Diamond, que estão foragidos.
De acordo com o MP-SP, os líderes da empresa realizavam eventos em hotéis de luxo para captar novos clientes. Os pacotes de aquisição de diamantes eram de valores diversos, como de $200, $400, $1200, $3600 e $18000.
Com a aquisição de um pacote de investimentos, eram prometidos rendimentos semanais de 5%. Além disso, em um ano, um cliente poderia obter um retorno de 240% do seu investimento.
A empresa ainda tinha outro modelo de negócios, que se chamava Team Bonus, que consistia em convidar pessoas para ingressar na pirâmide. O MP-SP destacou a prisão de um dos líderes, Dilhermano, feita pelo Gaeco do Espírito Santo ainda em 2019. Ficou claro que nunca houve a compra de diamantes, de forma que a sustentabilidade do negócio não possuía uma base forte.
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Pirâmide financeira de diamantes, Pay Diamond, tem líderes procurados pelo Ministério Público de São Paulo
Os principais líderes de um negócio fraudulento estão sob a mira do MP-SP. Carlos Cesar Luiz, sua esposa Katia, e seus líderes, Rodrigo, Adriano e Dilhermano, entre outros ainda não identificados estão sendo procurados pela justiça.
O sofisticado golpe envolveu investimentos no mercado de diamantes, que nunca se concretizaram. Eram prometidos certamente uma imensa quantidade de retorno aos clientes, que não conseguiram sacar seus rendimentos após o fim da pirâmide.
A Pay Diamond chegou a atuar fora do Brasil, com operações na Bolívia e Argentina, de acordo com o MP-SP. Além disso, o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos não confirmou que a empresa nunca comprou uma quantidade de metais preciosos que a permitisse distribuir lucros.
Em outro ponto, a Pay Diamond chegou a informar aos investidores que possuía um fundo de segurança junto a CVM. Ou seja, caso as atividades da empresa encerrassem, os clientes poderiam sacar seus investimentos do fundo. O MP-SP destacou que essa narrativa era utilizada apenas para ludibriar os investidores, visto que a CVM não conhecia as atividades da empresa.
Golpe afirmava que havia realizado a compra de uma mina de diamantes e que o pagamento seria em moeda digital
De fato, o golpe aplicado pela Pay Diamond mostrava aos clientes um cenário promissor de rendimentos. Carlos Cesar Luiz, diretor internacional da pirâmide e líder, era quem apresentava o golpe aos investidores.
Quando a pirâmide começou a ruir, foi criada uma criptomoeda própria da Pay Diamond. A Marketcoin (MKTCOIN) foi a forma que os líderes do golpe começaram a pagar os clientes.
O recebimento em moeda virtual própria deveria acalmar os clientes, que não conseguiam mais sacar os valores. Todos os saldos dos clientes foram convertidos em MKTCOIN, que também não conseguiram sacar.
[…] MKTCOIN com menção de que se trata de uma parceria com a Pay Diamond, deixando claro que esta fraude tinha estreita relação com o crime de pirâmide e nada mais era que uma estratégia de manter as vítimas em erro por mais tempo.
A Marketcoin era apresentada como uma moeda parceira da Pay Diamond, que seria disponibilizada pela plataforma Life in Block. Em resumo, o MP-SP ofereceu denúncia aos líderes, “Pelos elementos já colhidos, que constituem indícios suficientes de autoria e materialidade dos delitos de pirâmide, falsidade ideológica e formação de quadrilha“.
No Reclame Aqui foram realizadas algumas denúncias de clientes, que não conseguem sacar seus rendimentos ainda em 2020. A Pay Diamond atuou entre 2015 e 2018 no Brasil, mas um perfil da empresa no Twitter realizava captação de novos clientes na Nigéria, país africano, ainda em 2019.
A denúncia da Justiça Pública contra os líderes da Pay Diamond foi publicada no Diário da Justiça de São Paulo, no dia 9 de março, com o Ministério Público estadual atuando na busca dos “cabeças” da pirâmide que estariam foragidos.