Autoridades do mundo todo não gostam de endossar o Bitcoin como uma moeda digital, mas sim como um ativo ou investimento. Partindo deste principio, o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), recomendou, ainda em 2017, que o termo “criptoativo” fosse utilizado.
Assim, é comum ver constantemente políticos e reguladores adotando o termo no mundo todo – uma estratégia para não endossar as criptomoedas como moeda ou encorajar as pessoas a utilizarem uma moeda que não pode ser controlada pelo governo.
Roberto Campos Neto é a mais recente autoridade a afirmar que o Bitcoin não é uma moeda, dizendo que não vê as criptomoedas como meios de pagamento, mas como investimento.
Campos Neto acredita que as pessoas que se envolvem com esse mercado compram criptomoedas esperando obter ganhos com o tempo, não para realizar compras.
“Quando você olha para as criptomoedas em alguns dos instrumentos você vê que elas podem ser separadas em duas partes: meio de pagamento e produtos de investimentos. Nós vemos mais crescimento no uso como investimento que como meio de realmente fazer pagamentos.”
O presidente do BCB disse ainda que o Brasil já tem um bom sistema de pagamentos instantâneo, o PIX, então diminui a necessidade das pessoas utilizarem criptomoedas para essa finalidade.
A fala aconteceu nesta quinta-feira (19), onde Campos Neto participou de um evento no Conselho das Américas (AS/COA) e revelou também que O Banco Central do Brasil (BC) está conversando com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a regulamentação do Bitcoin no Brasil.
“Alguns bancos centrais estão estudando como inserir as criptomoedas em suas economias e como regulamentar e controlar esse novo e veloz mercado de moedas em crescimento. Como o BCB está lidando com esse desafio e qual a sua visão sobre a possibilidade de regulamentar as criptomoedas no mercado brasileiro?”
Campos Neto já havia comentado sobre a regulamentação do Bitcoin, deixando claro que em sua visão as empresas e pessoas envolvidas deverão ter uma regulação em breve.
