A Unick Forex afirmou, em resposta exclusiva ao portal Livecoins, que não deu autorização para que seus representantes abrissem o escritório que foi fechado pela Polícia Civil em Crissiumal (RS) em fevereiro deste ano.
Na ocasião, os policiais, munidos de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça local, lacraram um escritório da Unick Forex que ficava no município e apreenderam documentos, móveis e computadores, que então foram levados para perícia.
Segundo afirmou a empresa ao Livecoins, a “Golden Stripe Corp [empresa responsável pela pela Unick Forex] não deu autorização para os seus clientes no Brasil abrirem escritórios físicos”. Além disso, a empresa informou que “os clientes foram penalizados com advertência e perda de premiações”.
Ou seja, além de estarem respondendo na Justiça, os representantes da Unick Forex que tiveram o escritório fechado sofreram ainda penalizações em suas operações na plataforma, embora a empresa não descreva quais foram, efetivamente, as ações aplicadas. Fica claro somente que não se tratou de expulsão.
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As informações foram enviadas em resposta de um questionamento feito pelo Livecoins em 28 de maio passado. Na ocasião, a Justiça de segunda instância havia acabado de negar um pedido feito pelos representantes que tiveram o escritório fechado. O pedido era de uma liminar para que a polícia devolvesse os bens apreendidos e “o direito de divulgar os serviços da empresa Unick”.
Decisão servia para Crissiumal ou para todo o Brasil?
Na dúvida se a decisão da Justiça servia só para Crissiumal ou para todo o Brasil, perguntamos então à Unick Forex por que a empresa “continuava oferecendo serviços em todo o Brasil (correndo risco de enquadrar-se em crime de Desobediência) se a decisão de primeira instância ordenava que eles deixassem de ser oferecidos”.
A resposta dada foi que “a empresa continua suas atividades porque não comete nenhum ato ilícito”. Eles responderam ainda que “a relação da Golden Strip [SIC] Corp com os clientes brasileiros é uma relação mercadológica, estritamente consumerista, eles compram os produtos digitais, disponibilizados na plataforma digital da Unick, os quais tratam de cursos a respeito do mercado financeiro, com os de criptoativos, forex e demais espécies”. Eles citam também cursos sobre educação financeira e o marketing de rede”.
CVM e “cashback”
Embora não tenhamos perguntado, a empresa fez questão de dar seus argumentos contra os comunicados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, desde o início de 2018, vem alertando o mercado, dizendo que a atuação da Unick Forex é ilegal no país.
Para a Unick, sua atuação não incorreria em ilegalidade, pois ela não “vende investimento”, nem atua no “mercado de capitais, de ações”, que seriam, “atividades típicas de instituições financeiras”.
A empresa faz ainda questão de defender seu conceito de cashback, que é a forma como a empresa paga os clientes da plataforma. “Cashback é uma estratégia de marketing eficaz na América do Norte e na Europa Ocidental, Setentrional e Meridional”, explica a resposta, “que consiste em devolver o dinheiro do cliente, cuja finalidade é fidelizá-lo”. Dessa forma, o cliente apresenta a metodologia a outros clientes, “fazendo o que se chama de marketing de rede”. A Unick lembra ainda que estas são “ferramentas de marketing que não são ilegais no Brasil”.
Confira, abaixo, a íntegra da resposta enviada ao Livecoins pela Unick Forex. Como há muitos erros de digitação na mensagem, tivemos de marcá-los com [SIC] para que não tivéssemos que alterar a mensagem recebida. A resposta é assinada por Marcos Prata, responsável público pelo jurídico da empresa.
“Quanto aos questionamento [SIC] suscitados, seguem as respostas abaixo:
A Golden Stripe Corp não deu autorização para os seus clientes no Brasil abrirem escritórios físicos. Insta registrar que os clientes foram penalizados com advertência e perda de premiações.
A Empresa continua suas atividades porque não comete nenhum ato ilícito. A relação da Golden Strip [SIC] Corp com os clientes brasileiros é uma relação mercadológica, estritamente consumerista, eles compram os produtos digitais, disponibilizados na plataforma digital da Unick, os quais tratam de cursos a respeito do mercado financeiro, com [SIC] os de criptoativos, forex e demais espécies. Além de cursos sobre educação financeira e o marketing de rede. Ao comprar os cursos, os clientes ganham um cashback. Cashback é uma estratégia de marketing eficaz na América do Norte e na Europa Ocidental, Setentrional e Meridional, que consiste em devolver o dinheiro do cliente, cuja finalidade é fidelizá-lo, cuja metodologia por ser atrativa quanto ao valor, ele acabam [SIC] apresentando a outros clientes, fazendo o que se chama de marketing de rede. Logo, utilizamos ferramentas de marketing que não são ilegais no Brasil, e vendemos cursos que não atenta [SIC] contra a ordem pública, a moral e os bons costumes e nem transgride [SIC] a legislação doméstica.
Os atos exaradas [SIC] pela CVM decorre [SIC] de questionamentos que lhe chagaram [SIC] ao conhecimento por meio de e-mails, questionando-lhe se a UNICK tem autorização para vender investimento, cuja resposta, claro, foi negativa, pois nós não vendemos investimentos, não atuais [SIC] no mercado de capitais, de ações, não incorremos nas atividades típicas de instituições financeiras, regidas pela Lei nº 4.595/64. Aqui no Brasil somos regidos pelo decreto que regulamenta o mercado digital eletrônico, Lei nº 7.962/2013, pelo Marco Civil da Internet, Lei 9.695/2014, [SIC] a Filosofia do Projeto Unick tem assento no Decreto do Poder Executivo nº 3.319/218, que regulamenta o Sistema Nacional de Transformação Digital no Brasil.
Portanto, não há motivos para tirar de circulação nossos cursos, não cometemos nenhuma ilegalidade. E estamos abertos a qualquer esclarecimento, e vamos nos defender em qualquer arena, seja judicial ou administrativa. Temos mais de 1 milhão de clientes no Brasil vivendo da venda direta dos produtos da Golden Stripe Corp, do marketing multinível. Qualquer medida insensível e incompreensiva contra o maior projeto de inclusão digital da América, que já beneficiam [SIC] milhões de pessoas, acarretará um grande desserviço ao Brasil e estará tirando as poucas oportunidades de inclusão digital, com oportunidade, renda e conhecimento oferecidas ao povo brasileiro.
Respeitosamente,
Marcos Prata”