O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta quinta-feira (2) uma lista de fornecedores selecionados para trabalhar em cinco componentes do Euro Digital, mostrando avanços na digitalização de sua moeda.
Somados, os cinco contratos chegam a um estimado de 432,1 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões), mas podem alcançar a um máximo de € 1.164.000.000 (R$ 7,3 bilhões).
A divulgação acontece poucos dias após uma reunião entre líderes das instituições financeiras e econômicas da União Europeia, onde Christine Lagarde declarou que o euro digital é uma declaração política sobre a soberania da Europa.
Banco Central Europeu revela gastos com euro digital e parceiros de desenvolvimento
O processo de licitação para desenvolvimento do Euro Digital iniciou em janeiro de 2024. Seus vencedores foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Banco Central Europeu.
O primeiro contrato, ‘pesquisa por alias’, teve um custo avaliado em € 27,9 milhões, podendo chegar a € 55,8 milhões. O vencedor desta licitação foi o Sapient GmbH.
Resumidamente, isso servirá para usuários realizaram pagamentos de forma simples, ou seja, enviando dinheiro para um número de conta, e-mail ou número de telefone, parecido com a força como funciona o Pix no Brasil.
Para o contrato de ‘gestão de risco e fraude’, nome autoexplicativo, o BCE planeja gastar € 79,1 milhões, mas a soma pode chegar a € 237,3 milhões. O vencedor desta licitação foi a Feedzai – Consultadoria e Inovacao Tecnologica.
Na sequência aparece a limitação para ‘aplicativo e kit de desenvolvimento de software (SDK)’, onde o BCE planeja gastar € 76,8 milhões, com um teto de € 153,6 milhões. O vencedor do contrato foi a Almaviva The Italian Innovation Company SpA.
“Os principais objetivos do Aplicativo do Euro Digital são estabelecer uma interface uniforme e de fácil utilização, com uma aparência homogênea”, detalhou o BCE.
“A disponibilização desse aplicativo garante o acesso às funcionalidades básicas do euro digital, bem como a incorporação de recursos que apoiam a inclusão financeira digital, atendendo às necessidades de pessoas com deficiência e daquelas com baixa habilidade digital.”
O maior gasto do BCE fica para a ‘solução offline’. No total, o Banco planeja gastar € 220,7 milhões nesta licitação, mas o valor máximo pode chegar a € 662,1 milhões, superando todos os outros contratos somados.
O vencedor desta licitação foi o Giesecke+Devrient advance52 GmbH.
“A capacidade de pagar offline, sem a participação de terceiros na transação, é uma característica fundamental do euro digital, tanto para fins de resiliência quanto de privacidade”, destacou o Banco.
“A solução deverá possibilitar liquidação instantânea e final, pagamentos offline consecutivos, a capacidade de pagar por aproximação em cenários P2P ou em pontos de venda (POS), e incluir a possibilidade de depositar e sacar fundos online (via smartphone) ou em um caixa eletrônico, também utilizando dinheiro em espécie.”
O motivo dos custos está ligado à complexidade desta solução, principalmente por conta de gastos duplos. Ainda em 2023, Roberto Campos Neto, então presidente do Banco Central do Brasil, afirmou que tanto o Drex (Real Digital) quanto o Pix funcionarão sem internet.
Embora tenha citado que isso é “relativamente fácil”, esse uso ainda não foi aplicado.
Finalizando, o Banco Central Europeu planeja gastar € 27,6 milhões no contrato de ‘troca segura de informações de pagamento’, focado na proteção da privacidade e segurança do usuário.
O vencedor deste contrato, que pode chegar a € 55,2 milhões, foi a Senacor FCS GmbH.
Por fim, todos os cinco contratos tem duração de 4 anos, o que pode significar que o Euro Digital chegará antes de 2030.