Polícia Civil se preparando para Operação Deep Hunt no Brasil (Reprodução)
A Binance ajudou nas investigações contra hackers alvos da Operação Deep Hunt deflagrada na quinta-feira (10) vendiam dados de vítimas pela darkweb, como informações de cartões e pessoais, utilizando a conta de pessoas laranjas e até criptomoedas para movimentações do dinheiro obtido com as vendas.
Informações divulgadas pela Polícia Civil de Goiás indicam que além da maior corretora de criptomoedas em volume no Brasil, participaram a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) e com apoio da Gerência de Inteligência de Sinais e Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro. No caso da Binance, participaram membros do seu time de investigações.
A operação se deu contra uma associação criminosa especializada na prática de crimes cibernéticos, lavagem de capitais e aquisição de dados bancários na darkweb.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) pediu a justiça autorização para cumprir 41 mandados de prisão temporária, além de outros 43 de busca e apreensão domiciliar e outras medidas de sequestro de bens móveis. Ao todo, 32 imóveis e mais de R$ 112 milhões estavam na mira das autoridades.
Até a última quinta, 32 pessoas já haviam sido presas pela megaoperação que mobilizou 180 policiais civis. As buscas ocorrem nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo, Abadiânia e Estrela do Norte (em Goiás), além do Distrito Federal e Rio de Janeiro.
No Rio, uma influencer que ostentava vida de luxo em redes sociais foi presa com seu marido em uma cobertura de luxo. Os nomes deles não foram revelados pelas autoridades ainda.
De qualquer forma, as investigações duraram um ano e meio, após a identificação de transações de brasileiros a endereços de carteiras virtuais associadas a marketplaces ilegais da darkweb.
As plataformas comercializam informações bancárias, cartões de crédito com CVV, dumps de cartões (cópias ilegais da trilha magnética de cartões que permitem clonar fisicamente um cartão), documentos falsos e cédulas de moeda estrangeira falsificadas.
“Foi constatado que os investigados integram uma rede articulada de aquisição de dados bancários destinados a práticas de “carding” — falsificação ou uso indevido de cartões de crédito — com posterior uso em fraudes eletrônicas, compras online fraudulentas ou revenda de dados“, disse a PCGO.
Além do uso de criptomoedas, os criminosos tinham contas bancárias em nome de laranjas para conduzir movimentações financeiras. A movimentação total do grupo foi de R$ 164 milhões, segundo as autoridades.
A PCGO apreendeu, durante as buscas, documentos, cartões, drogas, impressora, máquinas de cartão de crédito.
Duas pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.
Os investigados responderão no inquérito pelos crimes de furto qualificado mediante fraude e por utilizar servidor fora do território nacional, lavagem de dinheiro com utilização de ativo virtual, falsificação de documentos públicos e particulares.
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