O Bitcoin Banco tentou mover uma ação contra uma recente publicação do Portal do Bitcoin. O processo foi entendido como censura prévia, já que o juiz responsável pela ação negou o pedido ao Bitcoin Banco.
O Portal do Bitcoin foi surpreendido com o pedido judicial de retirada de uma notícia. A informação prestada pelo site de notícias foi contestada pelo Bitcoin Banco.
O artigo faz uma comparação do Bitcoin Banco com os negócios da Minerworld. Segundo a empresa que move o processo, tal comparação prejudica os negócios do Bitcoin Banco. Por outro lado, a justiça acredita que retirar o artigo do ar pode ser configurado como um pedido de censura prévia, contra o site brasileiro de notícias sobre criptomoedas.
Pedido de censura prévia do Bitcoin Banco é negado
Em uma notícia publicada na última quinta-feira (6), o grupo Bitcoin Banco foi comparado a Minerworld pelo Portal do Bitcoin. De acordo o Grupo Bitcoin Banco, a comparação pode resultar em prejuízos à imagem do grupo, e solicitou judicialmente que a notícia fosse retirada do site.
A justiça brasileira entendeu que o pedido do Bitcoin Banco não poderia ser acatado. Além de qualificar o pedido como censura prévia, a justiça alegou ainda que o pedido é descabido.
Com a decisão, o Bitcoin Banco sai perdendo na ação. Além disso, a matéria sobre a empresa continuará no ar, até que o processo seja julgado. O pedido de censura prévia não foi acatado pela justiça, que entendeu que o Portal do Bitcoin está exercendo sua função jornalística ao comparar a empresa com os negócios da Minerworld.
Bitcoin Banco tentou censurar portal outra vez
Essa não é a primeira vez que o grupo Bitcoin Banco procura censurar informações divulgadas sobre a empresa. De acordo com o Portal Bitcoin, a empresa já fez contatos anteriores em busca de retirar notícias do portal.
O portal de notícias explicou que recebeu uma comunicação da empresa em abril de 2018. Na ocasião, um artigo sobre o volume de transações da NegocieCoins chamou a atenção do Portal do Bitcoin.
A notícia apontava para uma artificialização do volume de transações da exchange que faz parte do Bitcoin Banco. Embora o volume falso não foi provado, as suspeitas diante da irregularidade ganharam força com a exclusão de dados da corretora de criptomoedas.
Uma das mais importantes ferramentas do mercado, o CoinMarketCap, deixou de listar informações da exchange brasileira. Dados da NegocieCoins já não são utilizados para mensurar o preço do bitcoin no mercado, por exemplo.
Comparação do Bitcoin Banco com a Minerworld
O Bitcoin Banco foi comparado com os negócios da Minerworld pelo Portal do Bitcoin. A Minerworld ficou conhecida como uma empresa fraudulenta, que fez milhares de vítimas prometendo investimentos que nunca existiram. Os negócios da empresa foram comparados ao Bitcoin Banco, após o grupo brasileiro criar uma moeda própria.
O grupo Bitcoin Banco sofre problemas para liquidar saques que foram pedidos na plataforma. Para tentar resolver o problema, o grupo sugeriu uma nova criptomoeda que poderá ser utilizada para saques no site.
Uma criptomoeda interna seria o ponto de comparação entre o Bitcoin Banco e a Minerworld. Quando os negócios da Minerworld foram desmantelados, a empresa surgiu com uma criptomoeda interna como solução para o problema de saques.
O que resultou desse projeto foram milhares de vítimas enganadas pela Minerworld. Até mesmo aqueles que sacaram a criptomoeda criada pelo negócio, a MCash, tiveram perdas completamente irreparáveis.
Portal de notícias sobre criptomoedas não pode deixar denúncias de lado
Para o Portal do Bitcoin, o grupo Bitcoin Banco está agindo semelhante a Minerworld. Após enfrentar problemas para saque, a empresa decidiu lançar uma criptomoeda interna, pareada no ouro.
As movimentações do grupo Bitcoin Banco lembram o golpe da Minerworld. O Portal do Bitcoin e outros sites de notícias sobre criptomoedas decidiram comparar a empresa com outros negócios do setor que não obtiveram sucesso.
Investimentos em criptomoedas atraem também empresas que podem agir maliciosamente. É dever dos portais de notícias da área não somente informar, como também prestar denúncias e alertas sobre negócios que envolvem criptomoedas.
Dessa forma, o jornalismo cumpre sua parte enquanto mediador social. Para a justiça, o Portal do bitcoin deve continuar exercendo a sua “livre manifestação do pensamento e a exposição de ideias”.