Uma movimentação de 1.005 bitcoins chamou a atenção da comunidade na última segunda-feira (14). As moedas, hoje avaliadas em R$ 145 milhões, estavam paradas desde 2010.
Na data, Satoshi Nakamoto ainda estava participando do desenvolvimento do Bitcoin e, por conta disso, tais moedas são consideradas da “Era Satoshi”. No entanto, nada indica que elas pertençam ao criador do Bitcoin.
Dono da carteira de Bitcoin era um minerador
Segundo dados on-chain, tudo indica que o dono da carteira era um minerador de Bitcoin. Na época, em 2010, cada bloco gerava 50 bitcoins de recompensa e a mineração podia ser feita com placas de vídeo.
Embora o setor não fosse tão competitivo, as recompensas também não eram tão atrativas. Segundo o extrato de uma transação de 2010, na qual o minerador agregou seus fundos, cada BTC estava avaliado entre US$ 0,15 e US$ 0,36.
Portanto, cada bloco, com 50 BTC, gerava o equivalente a US$ 7,50 a US$ 18, sem descontar gastos com eletricidade.
As moedas não foram movidas desde o dia 9 novembro de 2010, há quase 13 anos, mas tudo mudou nesta segunda-feira (14).
Ao mover seus 1.005 bitcoins para um novo endereço, podemos calcular que o minerador lucrou 9.031.635% no período. Afinal, suas moedas saltaram de meros US$ 325 para incríveis US$ 29,4 milhões. Outro detalhe é a taxa de transação, apenas US$ 1,17.
Por fim, é difícil saber se o minerador esqueceu de sua carteira ou apenas não precisou do dinheiro na última década.
De qualquer forma, tudo indica que ele não vendeu seus bitcoins. As moedas foram enviadas para um endereço do tipo SegWit, considerado mais moderno e, por enquanto, permanecem paradas por ali, onde talvez fiquem por outros longos 13 anos.
Halving do Bitcoin está chegando
Enquanto o minerador acima recebia 50 bitcoins por bloco minerado em 2010, as recompensas caíram para 25 BTC em 2012, 12,25 BTC em 2016 e, desde 2020 estão em apenas 6,25 BTC por bloco.
Em meados de abril de 2024, teremos outra diminuição nessa recompensa, que passará a ser de 3,125 bitcoins por bloco. Em outras palavras, o processo chamado de ‘halving’, corta a recompensa pela metade a cada 210.000 blocos (~4 anos) até que os 21 milhões de bitcoins sejam minerados.
A partir disso, mineradores precisarão sobreviver apenas com as taxas das transações.
Portanto, muitos esperam que o Bitcoin valorize por conta de sua escassez baseada na matemática. No momento, mais de 90% da oferta total do Bitcoin já está em circulação, restando poucas unidades fora do mercado.