A BlackRock, gestora de US$ 11 trilhões, está querendo tokenizar seus ETFs, o que permitiria uma negociação 24/7, bem como o fracionamento desses fundos. Os rumores foram publicados pela Bloomberg nesta quinta-feira (11), citando fontes próximas.
A estratégia seria o caminho oposto do que eles fizeram com o IBIT, seu ETF de Bitcoin.
A gestora já havia lançado o BUIDL (BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund) em março de 2024, também focado em Ativos do Mundo Real (RWA, na sigla inglesa).
BlackRock está planejando tokenizar seus ETFs
Dos 50 maiores ETFs do mercado, 20 deles são gerenciados pela BlackRock. Isso inclui o IVV, que replica o desempenho do S&P 500, e possui US$ 659,5 bilhões, bem como o IEFA, que acompanha o MSCI EAFE, de outros US$ 153,2 bilhões.
Como comparação, o IBIT, ETF de Bitcoin da BlackRock, possui um valor de mercado de US$ 83,7 bilhões no momento desta redação.
A ideia da gestora seria tokenizar esses seus ETFs, menos o IBIT, obviamente, para que eles possam ser negociados a qualquer hora do dia e dia da semana, sem depender do horário de funcionamento das bolsas.
Ou seja, eles tiveram sucesso ao levar o Bitcoin para Wall Street, mas agora querem levar Wall Street para o mercado de criptomoedas. Esses tokens seriam como as stablecoin, mas, ao invés de serem atreladas ao dólar, teriam uma razão de 1:1 em relação a cada ETF em questão.
Além do BUIDL, citado anteriormente, a Bloomberg destaca que a BlackRock já testou a negociação de fundos tokenizados via Onyx, uma infraestrutura criada pelo banco JPMorgan.
Por fim, as fontes do jornal apontam que o lançamento desses produtos ao público geral também dependeria da aprovação dos reguladores. Dado isso, é possível que surjam novas informações à medida que a ideia avance.
Setor de RWA ainda é pequeno, mas pode ser uma grande oportunidade
Dados de diferentes sites mostram uma divergência sobre a dimensão do setor de Ativos do Mundo Real (RWA).
Como exemplo, CoinMarketCap aponta que o setor está avaliado em US$ 2,2 bilhões, já o CoinGecko cita US$ 67,3 bilhões ao incluir criptomoedas focadas nessa tecnologia, como Chainlink (LINK), Stellar (XLM) e Ondo (ONDO), além dos próprios ativos.
Por outro lado, o site RWA.xyz mostra US$ 29 bilhões, sendo US$ 16,6 bilhões em crédito privado, US$ 7,4 bilhões em títulos do Tesouro americano e outros US$ 2 bilhões em commodities como ouro.
Independente do site escolhido, esses números ficam muito distantes dos US$ 4 trilhões do setor de criptomoedas.
No entanto, isso também pode ser visto como uma oportunidade para os primeiros que adotarem essa tecnologia. Portanto, a BlackRock pode abrir vantagem frente às suas concorrentes.