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Blockchain, stablecoins e KYC: a barreira contra a lavagem de dinheiro em FIDCs

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Por Fabiano Ribeiro – fundador da Mobiup

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) vivem um momento de expansão sem precedentes. O patrimônio líquido do setor já se aproxima de R$ 700 bilhões e, em apenas dois anos, o crescimento foi de quase 180%.

Esse avanço é positivo para o financiamento de empresas, mas traz consigo um risco inevitável: a sofisticação das estruturas pode abrir brechas para esquemas de lavagem de dinheiro.

É neste ponto que a estratégia precisa ir além da regulação tradicional. Auditorias, governança e fiscalização seguem essenciais, mas já não são suficientes diante da complexidade atual. Precisamos olhar para as tecnologias que podem se tornar aliadas da transparência.

É aqui que vejo a blockchain despontar como aliada. Ao contrário do sistema bancário tradicional, em que apenas bancos e reguladores têm acesso aos detalhes das operações, a blockchain pública oferece uma transparência radical.

Redes como Ethereum e Bitcoin registram cada transação de forma imutável, pública e verificável em tempo real. Não há “espaço cinzento” para esconder movimentações suspeitas, o rastro digital é permanente e pode ser analisado por autoridades, auditores e até mesmo pela sociedade.

Mais do que um recurso técnico, trata-se de uma mudança de paradigma. Em uma audiência pública realizada em 2023 na Câmara dos Deputados, especialistas ressaltaram como a tecnologia blockchain pode fortalecer também o setor público, incluindo os cadastros de CPF e CNPJ da Receita Federal. Imutabilidade, segurança e perenidade dos dados são características que não apenas reduzem fraudes, mas criam uma nova camada de confiança institucional.

Se combinarmos a transparência da blockchain com o uso disciplinado de stablecoins reguladas e a aplicação rigorosa de políticas de KYC (Know Your Client), teremos um conjunto poderoso para reduzir drasticamente os riscos de lavagem de dinheiro em FIDCs. Essa arquitetura cria uma camada robusta de prevenção à lavagem de dinheiro: ao unir blockchain, stablecoins e wallets identificadas, o sistema praticamente elimina brechas para operações ilícitas.

Minha visão é clara: o crescimento dos FIDCs só será sustentável se acompanhado de inovação em compliance.

O mercado precisa enxergar blockchain e stablecoins não como ameaça, mas como ferramentas estratégicas para blindar o sistema contra ilícitos e, ao mesmo tempo, abrir espaço para novos investidores.

Com isso, não apenas reduzimos o risco de lavagem de dinheiro, mas simplificamos o compliance, dando aos reguladores acesso a informações claras e auditáveis. O futuro dos FIDCs não está apenas no tamanho do patrimônio que administram, mas na qualidade da confiança que são capazes de transmitir.

Sobre o autor

Fabiano Ribeiro é co-fundador da Mobiup, líder em soluções de blockchain para o mercado financeiro brasileiro. A Mobiup atua há anos na transformação digital do setor financeiro, liderando projetos de segurança, tokenização e inovação para bancos, fintechs e reguladores.

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Livecoins