Brasileiro colecionador de NFTs Bored Ape está vendendo coleção

"Eu achava que os caras eram malucos, pagar milhares de dólares em uma figurinha digital".

O brasileiro Pedro Novaes, investidor do mercado de criptomoedas, já teve 3 NFTs da coleção Bored Ape em sua carteira. Durante a faculdade, ainda em 2007, Pedro começou a operar na bolsa de valores e acredita que essa experiência foi importante para lhe abrir os olhos para oportunidades similares.

Em 2013, ele conheceu o Bitcoin e encontrou dificuldades em compreender o que era a tecnologia naquela ocasião. Ele chegou a comprar algumas moedas por US$ 1 mil, mas sem entender logo vendeu tudo.

“Eu não consegui entender na época, não tive a dimensão da tecnologia”.

Em 2017, um amigo o perguntou se ele estava observando o mercado de criptomoedas e ele negou que estivesse envolvido. No entanto, por curiosidade, procurou ver o gráfico do Bitcoin e, como um operador da bolsa, viu uma grande oportunidade de compra com a cotação em US$ 5 mil.

Pedro lembra que nesses movimentos distintos de compra, o Dólar variou. Na alta do mercado, ele conheceu outras moedas, como Ethereum, Dash, Nano e outras.

Como um especulador com experiência na bolsa, a forte oscilação das altcoins acabou chamando sua atenção. Apesar disso, em 2018, ele viu em suas análises que o mercado estava em tendência de baixa e se afastou novamente do espaço.

Impressão de dinheiro dos Bancos Centrais levou brasileiro de volta ao Bitcoin

Após sair do mercado de criptomoedas por duas vezes, Pedro Novaes disse ao Livecoins que estava estudando em 2020, quando viu uma notícia preocupante. Segundo ele, a impressão de dinheiro por bancos centrais o levou de volta ao Bitcoin.

“Eu tinha feito uma leitura de que os bancos centrais globais estavam imprimindo bastante moeda sem lastro. O Bitcoin basicamente foi criado para ser uma reserva de valor e combater a impressão monetária desenfreada. Na época o Bitcoin estava cotado em US$ 9 mil e pouco, quando montei novamente uma posição no mercado.”

Pedro lembra que também comprou Ethereum quando voltou ao mercado em 2020, e acabou tendo sua tese comprovada com a alta das criptomoedas.

Além disso, ele lembra que a inflação segue em níveis preocupantes após essa impressão de dinheiro, o que ainda mantém forte a tese da reserva de valor em moedas digitais descentralizadas.

Estudando as altcoins, conheci os jogos play-to-earn

O investidor brasileiro da bolsa de valores e criptomoedas continuou então a buscar oportunidades de negociar no mercado, quando se deparou com uma nova realidade: os jogos play-to-earn.

Ao conhecer esse mercado, se deparou com o mecanismo dos NFTs e o Axie Infinity foi o que mais despertou sua atenção, principalmente em 2021. Ele investiu em escolas de Axie para que jogadores pudessem participar, mas ele mesmo não é um jogador.

Assim, Pedro passou a se aprofundar em conhecer o que eram os NFTs, entrando neste espaço sem entender como as pessoas pagavam milhares de dólares em uma “figurinha digital”.

“Atento nas oportunidades, como já estava na área, comecei a ver um fluxo absurdo de dinheiro para os NFTs. Comecei a ver a coleção CryptoPunks e não entendi como os caras pagavam milhões em uma figurinha. Eu achei isso um absurdo, pensei que isso não entra na minha cabeça”.

“Pela curiosidade estudei mais chegando a um racional sobre o mercado de NFTs”

A primeira impressão de Pedro Novaes é que os NFTs não tinham fundamentos, um mercado estranho ainda. Para ele, comprar um arquivo JPG não fazia sentido, nem a razão para pagar um valor astronômico por isso, que pode ser “printado” por qualquer pessoa.

Mas como se considera muito curioso, ele estudou e acredita que amadureceu a lógica desse mercado. Em sua teoria, o ser humano gosta de andar em comunidade e esse mercado começou a se associar a itens colecionáveis de luxo.

 “Então assim, tecnicamente, o ser humano quer andar com iguais a ele, que pensam e agem iguais. Percebi isso e fiz a seguinte analogia: o pessoal está comprando caro para se tornar membro dessas comunidades e dos benefícios que essas fornecem, seja de contatos, relacionamentos e festas. Como as coleções NFTs são limitadas a uma quantidade máxima, entrar em uma comunidade famosa é escassa”.

Além disso, Pedro identificou em sua análise que as pessoas gostam de se mostrar em redes sociais, um comportamento de status social.

Com os NFTs, isso se torna ainda mais único e redes sociais como o Twitter já estão valorizando isso, ao integrar as artes únicas dos usuários em suas contas, para estes poderem usar seus avatares.

“Qual é o lugar que as pessoas mais gostam de demonstrar seus status? Redes sociais. Então pensei o seguinte: o NFT é o status da rede social. Esse foi o meu racional sobre o valor desse mercado, e não adianta mais printar o NFT, as redes sociais já estão verificando os usuários de acordo com o real proprietário. Então essa junção de análise de comportamento do ser humano que me levou a focar nos NFTs.”

NFT é uma tecnologia promissora em vários setores

Natural do Estado de Goiás, ele brincou que poderia comprar um NFT para entrar no show Cabaré dos cantores Leonardo e Eduardo Costa no futuro. Além disso, investidores podem comprar frações de um show com esse token para receber lucros.

Pedro então acredita que os NFTs também podem ser ligados a royalties de artistas da música, terrenos de metaverso, marcas de roupas, jogadores de futebol, entre outros mais.

Dessa forma, após um início cético com essa tecnologia, hoje ele mudou totalmente sua visão e acredita que os NFTs vieram para ficar. Com relação à infraestrutura, ele acredita que a rede Ethereum é a maior, mesmo com a chegada da Solana e outras no espaço.

Coleção favorita de NFTs é o Bored Ape

Pedro nunca gostou muito da coleção CryptoPunks, que parece estar largada pela empresa que a criou e sua comunidade não interage muito.

Dessa forma, ele apostou suas fichas na Bored Ape Yatch Club (BAYC), que considera sua coleção favorita. Ele acredita que a empresa por trás dela leva benefícios exclusivos para quem está na comunidade, seja em descontos e produtos exclusivos.

Um dos pontos que mais chamou a atenção de Novaes foi o lançamento da coleção Mutant Ape Yacht Club (MAYC), mutações dos Bored Ape. Dessa forma, o brasileiro está vendendo seus BAYC para comprar NFTs mutantes, que acredita ter potencial de valorizar mais em breve.

No primeiro trimestre de 2022, os investidores dos mutantes receberão tokens APE, e quem tiver mais MAYC se beneficiará desse movimento, sendo a justificativa que Pedro está considerando para realizar a troca.

Ao Livecoins, ele narra que já teve 3 Bored Ape’s em sua carteira e segue tendo a coleção como sua favorita, mas investe também na Doodles. Questionado sobre o que avaliar ao comprar um NFT, ele deu dicas para novos investidores que querem observar este setor.

“O NFT tem que ser mais que uma imagem, eles tem que ter caso de uso. O Bored Ape mesmo pode virar uma marca de roupa no futuro. O Neymar já comprou itens dessa coleção, entre outros famosos que querem ser parte dessa comunidade. Além de ser bonito e o investidor tem que gostar, o NFT tem que gerar benefício”.

Cuidados com os NFTs

Para Pedro, o mundo está mudando muito rápido e novas gerações deverão ter o foco no setor virtual, logo os NFTs fazem sentido neste contexto de redes sociais e de mudança cultural.

Mesmo assim, esse mercado ainda é muito arriscado e pessoas não devem comprar NFTs só porque alguém indicou. Para o brasileiro que está comprando e vendendo NFTs nos últimos meses, é importante verificar quem criou a coleção, se ela é verdadeira.

Os cuidados com comunidades também devem ser redobrados, principalmente pelo Discord, onde mensagens privadas são normalmente golpes.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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