Renan e Matheus, criadores do canal Gêmeos Investem, publicaram um vídeo na última segunda-feira (30) mostrando o unboxing, preço, funcionamento e ganhos de uma BitAxe HEX, uma pequena ASIC usada para minerar Bitcoin.
O equipamento custou cerca de US$ 575 (R$ 3.306) sem impostos e acabou tendo um preço final de R$ 4.569.
Embora fracos quando comparados a ASICs de ponta, esses modelos possuem seis chips BM1366, também utilizado em equipamentos mais potentes, como no caso da S19XP da Bitmain, que possui cerca de 255 desses mesmos chips.
Em 2024, um minerador encontrou um bloco minerando sozinho com uma BitAxe, recebendo 3,12 bitcoins (R$ 1,13 milhão na cotação da data). Mais tarde, em março desse ano, outro minerador ganhou 3,15 BTC (R$ 1,5 milhão na data) com o mesmo equipamento.
Tais prêmios chamam a atenção da comunidade já que essas ASICs são baratas e possuem um baixo custo de energia. No entanto, a prática de minerar solo é considerada uma loteria e, por conta disso, é mais comum que mineradores prefiram minerar via pool.
Gêmeos Investem fazem unboxing da BitAxe
Comentando sobre as especificações técnicas do produto, os Gêmeos Investem apontam que a BitAxe possui um poder de mineração de 3 terahash por segundo (3 TH/s). Como comparação, uma das melhores placas de vídeo do mercado, uma GeForce RTX 4080 Super, tem um hash rate de apenas 52 MH/s. A diferença é de ~57.000 vezes.
O unboxing também mostra a qualidade do produto.
Além da ASIC cheia de acessórios, como antena Wi-Fi, fonte de alimentação e um pequeno ventilador, eles também receberam uma nota de 100 bolívares da Venezuela com a mensagem “essa é uma nota verdadeira do bolívar venezuelano, governos e bancos estão imprimindo dinheiro ilimitado, tornando a moeda fiduciária inútil”, bem como uma moeda decorativa de Bitcoin.
Os Gêmeos precisaram recorrer a um tutorial, mas mostraram ser relativamente fácil conectar o aparelho à internet e iniciar a mineração.
O equipamento é silencioso já que conta com apenas duas ventoinhas pequenas.
Quanto rende um BitAxe HEX?
Ao invés de optarem pela mineração solo, com chances improváveis de encontrar um bloco, os Gêmeos conectaram o equipamento a uma pool, que divide o lucro com outros participantes com base no seu hash rate.
Explicando como essa máquina rende lucros, os investidores dão uma pequena aula sobre o Bitcoin.
Em resumo, os mineradores recebem uma recompensa fixa mais as taxas de transação da rede ao encontrar um bloco, sem depender de uma entidade ou servidor central. Isso garante a segurança da rede e o combate à censura.
Quatorze dias após iniciarem o experimento, os Gêmeos mostram que receberam 2.293 satoshis (0,00002293 BTC), equivalentes a R$ 13,60 na cotação atual.
“Não pagou nem a energia (R$ 40,49/mês).”
“A minha chance seria de 1 a cada 5.530 [anos, minerando solo]”, comentou. “Porém existe a possibilidade de você minerar em uma pool, uma piscina. Várias máquinas juntas no mundo todo tentam validar o bloco do Bitcoin e, no caso da piscina, você vai ganhar referente ao quanto de poder computacional que você ta emprestando.”
As recompensas foram pagas via Lightning Network, portanto, embora pequenos, os pagamentos são constantes.
Finalizando, os Gêmeos apontam que para a mineração ser lucrativa seria necessário comprar os equipamentos direto da fonte e sem impostos. No Brasil, o governo zerou impostos sobre equipamentos de mineração em maio desse ano, o que pode acelerar a adoção no país.
Um exemplo disso foi a entrada da Tether, emissora da stablecoin USDT, que anunciou na última quinta-feira (3) que estará minerando Bitcoin no Brasil.
“Para pessoas comuns, que querem tentar minerar de casa — assim como eu, assim como você — a realidade é que não vai valer a pena. Você quer ter Bitcoin de verdade, vai lá e compra, vai ser muito melhor do que tentar minerar.”