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Brasileiros publicam estudo sobre inflação e propõe nova métrica de medição

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Os brasileiros João Paulo Mayall e Gerson de Souza Júnior publicaram um estudo de 11 páginas intitulado “Inflação: Desvendando o Impacto da Expansão Monetária e das Taxas de Juros” na última quarta-feira (30).

Os autores usaram as economias americana e brasileira como exemplos, tomando as Escolas Austríacas e de Chicago como base de suas abordagens.

Além de críticas à dependência da taxa de juros para controlar o valor de uma moeda, Mayall e Júnior também propõem inovações metodológicas para analisar os efeitos da expansão monetária.

Estudo mostra consequências da expansão monetária

Citando Ludwig von Mises, os autores do estudo notam que a inflação é a expansão da base monetária. Já o aumento de preços de bens e produtos seria uma consequência dessa política, embora muitas vezes os termos sejam confundidos.

Iniciando as críticas, João Paulo Mayall e Gerson de Souza Júnior notam que a produção física de bens aumentou significativamente nas últimas décadas. No entanto, mesmo com uma oferta maior, os preços continuaram subindo.

A explicação para isso está na impressão desenfreada de dinheiro.

“Essa crescente abundância de bens e alimentos coexistiu com uma tendência contínua de alta nos preços — uma indicação clara de que a expansão monetária desempenha um papel dominante na dinâmica dos preços.”

Outro ponto citado foi o IPCA no Brasil e o CPI nos EUA, índices que medem mudanças no preço de bens e serviços comuns. No entanto, os autores destacam que esses índices podem somente refletir mudanças de comportamento de consumo, camuflando o real aumento no custo de vida.

Taxas de juros geram ainda mais inflação, explicam os autores

Atualmente bancos centrais utilizam da taxa de juros para controlar a circulação de uma moeda e seu valor. Enquanto juros baixos fazem a economia girar, juros altos reduzem o consumo e, por consequência, o preço de bens e produtos.

No entanto, os autores brasileiros notam que o aumento nos juros trazem um efeito contrário no longo prazo.

“O dinheiro injetado em expansões anteriores permanece na economia, e taxas mais altas elevam os custos de pagamento da dívida pública.”

“No Brasil, os pagamentos de juros têm consumido parcelas significativas do orçamento, forçando a criação futura de moeda para cobrir os déficits”, exemplificaram. “Assim, aumentos nas taxas de juros podem se mostrar inflacionários no médio e longo prazo, perpetuando um ciclo vicioso de emissão monetária para pagar os juros acumulados.”

Outro destaque do texto é que a expansão da base monetária não é sentida instantaneamente, podendo gerar interpretações errôneas sobre os efeitos, e tratamentos, desse expansionismo.

Uma solução proposta é uma mudança na maneira como estudos sobre o tema, suavizando ruídos de curto prazo e evitando reações exageradas.

Gráficos mostram expansão da oferta monetária M2 (em azul) dos EUA e Brasil, respectivamente, enquanto novo modelo apresentado mostra o crescimento suavizado (em laranja). Fonte: Reprodução.

Por fim, os brasileiros concluem que a inflação desvaloriza a moeda, o aumento na taxa de juros contribui para essa inflação e bancos centrais deveriam ter uma maior disciplina fiscal, priorizando princípios de uma moeda sólida.

“Em última análise, a inflação não é apenas um número — é um processo, incorporado na estrutura dos sistemas fiduciários modernos.”

“Medi-la com perfeição é impossível. Mas a abordagem apresentada aqui, embora não definitiva, oferece um retrato mais fiel da realidade monetária do que muitas das ferramentas atualmente utilizadas. Trata-se de um passo rumo à clareza em um campo há muito obscurecido por definições erradas, ruídos metodológicos e foco equivocado das políticas”, finalizam os autores.

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Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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Henrique HK