Brasileiros são traders de Bitcoin, Argentinos são holders

Perfil de negociação é diferente nos dois países, afirma CFO de corretora.

A corretora Ripio é uma startup com sede na Argentina e operações em vários países da América do Sul, inclusive Brasil. De acordo com o seu CFO, Matias Dajcz, o perfil de negociação dos brasileiros em relação ao Bitcoin é de traders, enquanto os Argentinos são mais holders.

As diferentes estratégias em negociação de criptomoedas foi apenas uma das visões que Matias deu em uma recente entrevista. Para o Diretor Financeiro da Ripio, o mercado de criptomoedas na América Latina passa por um momento especial.

A Ripio é uma corretora fundada em 2013, sendo uma das primeiras da região com atuação em mais de um país da América Latina e Europa. Atualmente a corretora opera no Brasil, Argentina, Uruguai, México e Espanha.

Para diretor da Ripio, Brasileiros são traders de Bitcoin, já os Argentinos, são holders

Para todos os interessados em comprar Bitcoin a dúvida principal é: qual a melhor estratégia? De fato, é complicado identificar qual a melhor maneira de lidar com o Bitcoin, uma moeda que já valorizou, apenas em 2020, mais de 100% em relação ao real.

As estratégias mais comuns são comprar Bitcoin e não vender, ou realizar a negociação constante desse ativo em corretoras. Ao comprar o Bitcoin e manter a moeda segura em uma carteira, um negociante opta pela estratégia do hold, que é considerada de longo prazo e menor risco. Adotantes dessa prática costumam comprar baseado em fundamentos, adquirindo mais com o tempo, podendo até fazer preço médio.

Já os traders são aqueles negociantes que gostam de comprar e vender Bitcoin, ou seja, especulam com a moeda. Esses movimentos, na maior parte das vezes, se baseiam em análises técnicas e momentos de mercado, sendo operações de curto/médio prazo e com risco mais elevado. Isso porque, há chances de comprar na alta e vender na baixa.

Em entrevista para a LABS, o CFO da Ripio, Matias Dajcz, afirmou que os brasileiros são traders de Bitcoin. O comportamento é o visto nas operações da corretora, que enxerga os argentinos como adotantes da prática de hold.

“Temos atividades comerciais nos dois países (Brasil e Argentina) e uma das diferenças mais visíveis é que os argentinos podem ser definidos como ‘holders’, enquanto os brasileiros podem ser descritos como ‘traders”, disse o cFO da Ripio para a LABS

Momento da América Latina é especial para as criptomoedas, principalmente com a pandemia

Na última semana, alguns economistas argentinos afirmaram que o Bitcoin não é uma moeda. Isso porque, como é muito volátil, os profissionais não acreditam ser possível o uso dessa tecnologia em substituição às moedas fiduciárias, como Real Brasileiro e Peso Argentino.

Contudo, Matias afirmou que a população argentina tem buscado nas criptomoedas a proteção contra o peso. A moeda local, emitida pelo Banco Central Argentino, tem perdido muito poder de compra, arrasando as reservas das pessoas, com alta inflação.

Matias destacou que os argentinos utilizam mais dólar quando precisam de realizar operações grandes, como a compra de um imóvel, por exemplo. Dessa forma, a Ripio tem buscado convencer os argentinos que as criptomoedas são tão confiáveis quanto o dólar.

O país é um dos que tem maior percentual de desbancarizados no mundo, com pelo menos metade da população sem acesso a bancos. A Ripio, que tem até a criptomoeda RCN, oferece os serviços de carteira digital, corretora e crédito. Dessa forma, a missão da empresa é promover o acesso às finanças, através das criptomoedas.

Para Matias, desde o início da pandemia, o número de operações triplicou, principalmente no segundo trimestre de 2020. O movimento, de acordo com o CFO da Ripio, é certamente de uma busca por proteção, não apenas na compra de Bitcoin, mas também de criptomoedas lastreadas em dólar, as stablecoins.

“No caso da Argentina, temos um longo histórico de altas taxas de inflação e longos períodos de desvalorização da moeda. Portanto, nos últimos anos, muitos argentinos começaram a dar os primeiros passos na criptoeconomia”, disse Matias para a LABS

Bitcoin pode ser a solução para fora do COVID-19 da América Latina?

Na última semana, o CoinMarketCap postou uma análise em seu blog sobre a atual situação da América Latina. Segundo análise, o Brasil é o único país atrás dos Estados Unidos em número de casos de COVID-19, mas há uma diferença clara entre ambos.

A situação nos países da América Latina, inclusive Brasil, será muito pior nos próximos anos, com economias mais frágeis. Nessa região, pelo menos 190 milhões de pessoas vivem em estado de pobreza, situação que deve piorar.

Além disso, a dívida dos países, feita em dólar, tem subido nos últimos anos, e a moeda norte-americana tem se valorizado. A inflação é outro tema que preocupa na região, apesar de países, como o Brasil, afirmarem que está controlada.

Dessa forma, a tendência, segundo análise do CoinMarketCap, é que as pessoas da região latino-americana busquem comprar Bitcoin. O DeFi, outro tema em alta no ano de 2020, também deverá mostrar as caras para essa população, segundo blog. Como as criptomoedas não dependem de bancos ou bancos centrais, o acesso ao ecossistema é fácil.

“Qualquer pessoa com um smartphone pode começar a usar criptomoedas em segundos, o que significa que ele possui um vasto potencial como um facilitador da inclusão financeira”, afirmou o CoinMarketCap

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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