O Ministro da Fazenda no Brasil, Fernando Haddad, recebeu elogios públicos do CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, após acenar que deve lutar por um mercado com a concorrência leal e mais isonomia.
Na última quinta-feira (13), antes de embarcar para a China na comitiva com o presidente Lula, o ministro da Fazenda causou polêmica ao comentar sobre o caso, chamado por internautas de “taxação da brusinha”. Isso porque, Haddad disse que não conhece a Shein, apenas a Amazon, onde compra livros todos os dias.
Questionado se ele tem uma proposta de excluir a AliExpress, Shein e Shopee do Brasil, Haddad disse que não, que quer apenas garantir que as plataformas cumpram as regras brasileiras, como todas as outras.
Haddad ainda lembrou que uma das plataformas já procurou o governo e declarou que deseja se regulamentar, visto que a opinião pública poderia julgar o negócio. Haddad também destacou que empresas que não cumprem as regras brasileiras devem ser reguladas em breve.
Sobre as compras on-line em sites estrangeiros:
É preciso que tenhamos como garantir igualdade de concorrência entre empresários brasileiros e estrangeiros, ela não pode ser desleal, beneficiando um em detrimento do outro. Isso não é bom para nossa economia (+) pic.twitter.com/pcxrvu42Oc— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) April 13, 2023
CEO do Mercado Bitcoin elogia Fernando Haddad e cutuca a Binance
Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, elogiou a fala pública de Fernando Haddad contra plataformas chinesas de comércio eletrônico.
Em publicação no LinkedIn, Rabelo destacou que o Mercado Bitcoin, fundado em 2013 no Brasil, é uma plataforma brasileira que paga impostos no país.
“Concorrência boa é a concorrência com isonomia. Não há como ser mais claro do que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em post publicado no Twitter para falar sobre equalização de regras para plataformas estrangeiras que prestam serviços no Brasil. É bom para o País, para a economia e para os consumidores.”
Reinaldo lembrou que o Mercado Bitcoin tem conversado com reguladores e respeitado as relações com todos que investem em criptomoedas em sua plataforma. Um dos exemplos citados pelo empresário é o da Binance Brasil.
“Desde 2021, piratas chegaram ao Brasil”
Seguindo em seu desabafo, Reinaldo Rabelo diz que desde 2021 muitos sites estabelecidos em paraísos fiscais chegaram ao Brasil. Assim, competem em condições desleais com empreendedores brasileiros, às vezes até com parceria com empresas autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
O CEO do Mercado Bitcoin compartilhou notícias sobre a Binance e FTX, alegando que seus serviços são como a Shein, Shopee e AliExpress, combatidas pelo ministro.
Como exemplo, segundo notícias, uma investigação do Bacen na Méliuz / Acesso / Bankly – Banking as a Service levou ao cancelamento do serviço prestado a Capitual / Binance, porque essas empresas não cumpriam requisitos de “conheça seu cliente” e de “prevenção a lavagem de dinheiro”. Sim, essas plataformas piratas prestam os mesmos serviços que as exchanges locais, para o mesmo público e dentro da mesma região; só que ignoram as regras locais com desculpa esdrúxula de que a sede está em outro País (a FTX, por exemplo, estava nas Bahamas) – tal qual os ecommerce’s, no caso referido no post em questão.
De acordo com ele, a ABcripto, associação da qual o Mercado Bitcoin faz parte, conversa com o Ministério da Fazenda sobre o caso.