Cidade de El Salvador adota o Bitcoin como moeda oficial e salva a economia local

Para que serve o Bitcoin? Diferentes pessoas terão diferentes respostas para essa pergunta. A moeda nasceu com o objetivo de levar liberdade financeira para o mundo e todos os seus cidadãos. Uma cidadezinha quase que esquecida acabou de adotar esse aspecto do Bitcoin para avançar na sua economia local.

Uma reportagem especial da Forbes contou a história de El Zonte, uma cidadezinha de cerca de 3 mil habitantes de El Savador, na América Central. Como muitas cidades turísticas, o local foi amplamente afetado pela atual pandemia do coronavírus, fazendo com que os moradores ficassem em uma situação econômica difícil.

O Bitcoin surgiu como uma grande solução, se tornando a moeda principal da cidade e salvando a economia local utilizando a tecnologia, enquanto prepara novas gerações para o futuro.

Tudo começou com uma doação misteriosa

Imagine que alguém comprou alguns milhares de Bitcoins quando a moeda valia apenas alguns centavos e que em 2019 conseguiu acesso a esses ativos. Agora, diante dessa fortuna, o que muitos fariam? Bom, nesse caso, o milionário anônimo fez uma doação milionária para os habitantes de El Zonte.

O objetivo da doação em Bitcoins foi muito além de simplesmente ajudar todo o local. O plano era que o valor fosse usado para educar a população em como utilizar as criptomoedas para uma economia própria.

Ainda de acordo com a reportagem, enquanto buscava formas de ajudar El Zonte 2019, o doador conversou com muitos filantropos da região. A grande maioria oferecia a mesma solução de converter o Bitcoin em moedas fiat e distribuir para a população.

A situação mudou quando ele conheceu Michael Peterson, de San Diego, Califórnia, que deu a ideia de criar o Bitcoin Beach, uma iniciativa para transformar a economia de El Zonte muito além de simples caridade.

O acordo entre as duas partes chegou à conclusão de que os beneficiários deveriam aprender sobre o Bitcoin acima de tudo, sobre suas transações e até mesmo sobre como ele revoluciona a sociedade.

Cidade criou um ecossistema econômico com Bitcoin

Famílias mais necessitadas recebem Bitcoin semanal para cobrir gastos básicos. Fonte: Forbes/Michael Peterson

O plano e Peterson e da Bitcoin Beach foi o de criar um sistema circulatório com o Bitcoin focado em remessas, no turismo local e nos serviços comunitários. A primeira parte do plano foi a distribuição dos Bitcoins, além da educação dos nativos do local.

Para isso foi estabelecido um plano de racionalização das moedas virtuais para as famílias da região, além da criação de postos móveis de treinamento sobre o Bitcoin, onde pessoas de todas as idades aprendem sobre o uso da criptomoeda, sobre como ela funciona e como pode ser utilizada.

A partir dessa fase de distribuição e estudo, foi iniciado uma campanha de aceitação em toda a pequena cidade. Aos poucos, diferentes comerciantes e estabelecidos passaram a aceitar o Bitcoin. Por lá, é possível usar o Bitcoin para comprar um cafezinho ou então a cesta básica do mês.

O Bitcoin passou a ser uma moeda circulatória, já que a economia continua a movimentar a moeda no dia a dia.

Além de receberem Bitcoins semanalmente para as compras, existem outras maneiras das pessoas da cidade receberem o ativo digital.

  • Programas de trabalhos sociais – Desde coletar lixo no rio, até ajudar a consertar o sistema de tratamento de água, quem ajuda ativamente na comunidade recebe recompensas em Bitcoin.
  • Bolsas de estudo – O Bitcoin Beach considera que a educação é a única forma de evoluir a sociedade, por isso, os alunos que decidem continuar no ensino médio e na faculdade, recebem um valor em Bitcoin na forma de bolsas de estudo.
  • Transporte para a escola – Em El Zonte a escola local vai até o fim do ensino fundamental. No entanto, aqueles que seguem para o ensino médio (em outra cidade) recebem valores em Bitcoin para o transporte e alimentação.

Como dá para ver, o Bitcoin em El Zonte tem um objetivo de caridade, mas sem deixar de ser usado para o seu propósito de dinheiro.

Bitcoin em ampla adoção na cidade

Posto de treinamento do Bitcoin. Fonte: Twitter Bitcoin Beach

Claro, receber o Bitcoin e não ter onde gastar não é uma economia viável. Felizmente, através dos incentivos da iniciativa vários comerciantes estão aceitando a moeda digital, com praticamente todos os mercados utilizando a solução.

Com a falta de clientes estrangeiros e a circulação de dólares americanos (a moeda oficial de El Salvador), as lojas acabaram ficando desesperadas por outras formas de receber dinheiro. Com o surgimento do Bitcoin, foi questão de tempo até a adoção se tornar uma regra.

É possível utilizar o dinheiro nos mercados, lojas, em restaurantes, em alguns salões de beleza e um recente programa até permitiu que o Bitcoin fosse utilizado para contratar construtores, pintores e outros trabalhos da área.

Recentemente até mesmo o Departamento de Água e Esgoto passou a aceitar o Bitcoin para pagamento de contas. De acordo com a reportagem da Forbes, a empresa de energia elétrica também vai aceitar o Bitcoin em breve.

Segundo Peterson, a adoção veio primeiro entre os mais jovens.

“Assim que injetamos o Bitcoin na comunidade, nós também passamos a ensinar os comerciantes locais a como aceitar a moeda, além de ajudarmos a educa-los sobre as vantagens e riscos do Bitcoin…Houve muita resistência entre os adultos… Então passamos a focar nos jovens, eles aceitaram rapidamente.”

Lightning Network é peça fundamental no projeto

Estudantes Recebendo Bitcoins por completarem o ano escolar. Fonte: Twitter Bitcoin Beach

Com o Bitcoin se tornando a principal moeda de El Zonte, o problema de escalabilidade, tempo e custo das transações era algo a ser resolvido. Como por lá é possível comprar um café de 25 centavos usando o BTC, esperar muitos minutos e pagar mais de 25 centavos de taxa é algo que não faz sentido.

Por isso, o projeto passou a usar (e ensinar sobre) a Lightning Network, a solução de segunda camada que torna as transações do Bitcoin muito mais rápidas e com um menor custo de envio.

Parte da doação de Bitcoin também foi injetada na comunidade de Punta Mango, a cerca de 3 horas de El Zonte, com um programa bem similar.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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