Maior jornal dos EUA acusa Coinbase e Binance de insider trading, entenda

Quando um projeto é listado em uma grande exchange, como em uma das três citadas acima, isso é visto como uma forma de reconhecimento do mesmo. Em outras palavras, em tese estas gigantes não listariam golpes ou projetos sem futuro.

O The Wall Street Journal, maior jornal dos EUA, disparou ataques a exchanges de criptomoedas em seu artigo intitulado “As criptomoedas pode ter um problema de insider trading”. Segundo suas pesquisas, investidores estariam lucrando com informações privilegiadas, como listagem de moedas em tais plataformas.

O principal destaque ficou para uma compra muito suspeita de milhares de dólares da criptomoeda Gnosis (GNO), pouco tempo antes da Binance anunciar a negociação da mesma, o que fez seu preço disparar e este investidor lucrar 40%.

Outro caso apontado foi o da Coinbase, onde um único usuário comprou milhões de dólares, desta vez divididos entre 50 tokens, momentos antes do anúncio da corretora.

O caso da Binance

Segundo o The Wall Street Journal (WSJ), uma carteira acumulou cerca de 360.000 dólares (R$ 1,7 milhão) em Gnosis (GNO), em um período de seis dias. Apesar de não ter nada de errado nisso, a Binance então listou tal criptomoeda em sua exchange, fazendo o preço da mesma disparar.

Parecendo saber sobre a listagem, tal investidor então vendeu todas suas GNOs poucos minutos depois após a mesma valorizar 40%. Portanto, tal pessoa lucrou R$ 672.000 sem muito esforço. A imagem abaixo, feita pelo WSJ, mostra os momentos chaves do evento, dando indícios de que o investidor possuía informações privilegiadas.

“Negociações bem cronometradas”, WSJ aponta atividade suspeita na compra da criptomoeda GNO antes de ser listada na Binance.

Em resposta, o fundador da Binance, Changpeng Zhao, afirmou que a corretora possui tolerância zero em relação a casos de insider trading. Além disso, afirmou que tal carteira já foi investigada e que não pertence a seus funcionários.

“Vi um artigo sobre insider trading. Temos uma política de tolerância zero e mantemos os mais altos padrões,” respondeu Changpeng Zhao. “Três investigadores revisaram as carteiras, nenhuma está associada aos funcionários da Binance.”

“Por favor nos envie um e-mail quando notar alguma atividade suspeita.”

Seguindo, Zhao também comenta que nem mesmo os projetos a serem listados possuem tal informação. Contudo, notou que em alguns casos é preciso pedir assistência técnica aos mesmos, para configuração de carteiras.

O caso da Coinbase

Curiosamente, a carteira que comprou Gnosis (GNO) antes de sua listagem na Binance também esteve envolvida em outros casos de insider trading, desta vez relacionados as exchanges Coinbase e FTX.

“A carteira que comprou Gnosis estava entre as 46 que a Argus encontrou compras de um valor combinado de US$ 17,3 milhões em tokens que foram listados logo depois na Coinbase, Binance e FTX,” aponta a denúncia do The Wall Street Journal.

No caso da Coinbase, por exemplo, uma única carteira comprou cerca de 50 tokens que viriam a ser negociados pela exchange. Ou seja, enquanto o caso da Gnosis (GNO) poderia ser uma coincidência, isso está fora de questão neste caso.

Também em sua defesa, Brian Armstrong, fundador da Coinbase, afirmou que sempre existe a possibilidade de vazamento de tais informações. Já Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, informou ao WSJ por e-mail que o compartilhamento de informações privilegiadas são proibidas dentro de sua empresa.

Por que os preços sobem?

Quando um projeto é listado em uma grande exchange, como em uma das três citadas acima, isso é visto como uma forma de reconhecimento do mesmo. Em outras palavras, em tese estas gigantes não listariam golpes ou projetos sem futuro.

Por consequência, o volume de negociação de tal moeda também tende a subir, atraindo mais (e maiores) investidores que agora podem ter liquidez tanto na hora da compra quanto da venda.

Como o preço tende a subir, outros tantos também acabam comprando tal moeda buscando um lucro rápido, criando uma espécie de “pump and dump legalizado”. Portanto, tais informações privilegiadas sobre listagens são tão problemáticas, afinal alguém está lucrando desonestamente com os outros.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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