CPI da Íris prorroga prazo em São Paulo e aperta empresa por trás da Worldcoin

Presidente da Comissão, Janaina Paschoal que investiga as ações da Tools for Humanity na capital paulista disse que não vê problemas na ação das empresas privadas desde que elas atuem com responsabilidade e transparência

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Íris se reuniu na terça-feira (9) para mais uma reunião que investiga as ações da empresa Tools for Humanity (TFH) em São Paulo. Criada pela Câmara Municipal em 2025, a comissão aprovou a prorrogação de seus trabalhos por mais 120 dias.

A TFH é uma das empresas vinculadas a criptomoeda da World, a Worldcoin, e tem como um de seus cofundadores Sam Altman, o executivo por trás da famosa inteligência artificial ChatGPT.

Agora sob investigação na capital paulista, a CPI ouviu representantes de organizações de proteção de dados no Brasil. Entre eles o diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, Bruno Ricardo Bioni, e o advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Lucas Marcon.

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A empresa pagava contrapartidas financeiras para escanear a íris dos cidadãos paulistanos, fazendo o tratamento de dados pessoais“, diz a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP).

Presidente da CPI diz que empresa confessou que não tem objetivo de contribuir com humanidade

A presidente da CPI da Íris, vereadora Janaina Paschoal (PP), disse que o trabalho do colegiado tem avançado. De acordo com a parlamentar, está sendo possível mapear a atividade da Tools for Humanity.

Eu vejo que essa CPI já teve um primeiro sucesso, que foi conseguir que a empresa confessasse que a ação realizada aqui na cidade não era nenhuma atitude que tinha o foco de contribuir com a humanidade, mas sim o interesse em desenvolver um produto“, falou Janaina. “Não é crime querer desenvolver algo para a iniciativa privada, como também não é correto não declarar essa motivação.

Bruno Ricardo Bioni, diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, contribuiu com a reunião da CPI. Bioni destacou a falta de transparência na realização do escaneamento de íris e a importância de os municípios conscientizarem a população. Ele também explicou que foi feita uma pesquisa com autoridades de Proteção de Dados Pessoais para analisarem a coleta de íris no Brasil.

O representante da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa demonstrou ainda preocupação com a coleta de dados e se as pessoas que realizaram o escaneamento de íris realmente estavam cientes do processo. “As pessoas estavam realmente cientes do processo que estavam fazendo ou estavam lá apenas para posteriormente receber a moeda virtual e reverter e receber o dinheiro na conta bancária?“.

O advogado do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), Lucas Marcon, afirmou que propostas regulatórias e tratativas das autoridades federais e municipais são fundamentais para garantir a eficácia da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) – legislação brasileira que estabelece regras para a coleta, tratamento, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais.

Marcon considera preocupante a coleta de dados biométricos, já que as informações pessoais precisam ter o consentimento das pessoas. “O que não aconteceu nesse caso, porque havia uma compensação financeira, ou seja, as pessoas permitiram o escaneamento da íris em troca de uma moeda virtual“.

A CPI segue com seus trabalhos e espera avaliar uma eventual responsabilização da empresa por suas ações na maior cidade brasileira.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.
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