Criptomoeda do fundador da WeWork fracassa e frustra investidores

Inicialmente previsto para janeiro de 2022, o lançamento do token GNT foi adiado várias vezes, até que a empresa finalmente pausou o projeto em maio do mesmo ano, aguardando uma "estabilização dos mercados".

A Flowcarbon, startup de créditos de carbono e blockchain fundada por Adam Neumann, ex-CEO da WeWork, parece estar enfrentando sérias dificuldades. De acordo com a Forbes, a empresa começou reembolsar aos compradores do “Goddess Nature Token” (GNT), sua criptomoeda que prometia a tokenização de créditos de carbono.

Os reembolsos estão condicionados à assinatura de um acordo de confidencialidade e de liberação de reivindicações contra a Flowcarbon. A empresa atribui os atrasos nas operações às condições do mercado de carbono, mas há incertezas sobre o que ela realmente alcançou desde sua fundação em 2022.

Os compradores do token começaram a receber ofertas de reembolso no mês passado, mas sob condições rigorosas, revelou a Forbes. Para recuperar o dinheiro investido, os clientes precisam primeiro assinar um acordo e renunciar a qualquer tipo de processo contra a startup.

Promessas da Flowcarbon

Críticos apontam que desde sua criação, a startup pouco fez para concretizar suas promessas, e há poucas evidências de realizações. A Flowcarbon não respondeu a várias perguntas sobre o andamento dos reembolsos, limitando-se a afirmar que eles estão sendo oferecidos desde o ano passado devido a “atrasos da indústria”.

Um dos principais pontos que atraiu os holofotes para a Flowcarbon foi a figura de Adam Neumann. Após sua conturbada saída da WeWork, Neumann manteve uma posição no projeto da Flowcarbon, embora a gestão diária da startup esteja nas mãos de Dana Gibber e Caroline Klatt, irmãs e cofundadoras da empresa.

O envolvimento de Neumann, sua esposa Rebekah, e uma série de investidores de peso, como a Andreessen Horowitz (a16z), elevou o perfil da startup, destacando a empresa em meio a outros projetos de cripto-carbono.

No entanto, apesar do apoio financeiro e da publicidade, a Flowcarbon parece não ter conseguido cumprir suas promessas.

O mercado de créditos de carbono, que permite a empresas compensarem suas emissões de CO2, vem passando por um escrutínio crescente nos últimos anos. Investigações revelaram que alguns projetos do tipo exageraram seus benefícios ambientais ou não foram eficazes em remover dióxido de carbono da atmosfera.

Isso, somado a alegações de violações de direitos humanos associadas a alguns desses projetos, levou a uma queda no valor dos créditos de carbono no último ano. Em maio, o governo Biden estabeleceu novas diretrizes para orientar os compradores a buscarem compensações de maior qualidade, numa tentativa de restaurar a credibilidade do mercado.

Além disso, a prática de tokenizar créditos de carbono aposentados — créditos que já foram utilizados para compensar emissões e retirados de circulação — levantou preocupações sobre contagem dupla de benefícios.

O problema ficou evidente quando a Verra, um dos maiores registros de créditos de carbono do mundo, emitiu um alerta em 2021 contra a tokenização de créditos aposentados.

A Verra anunciou formalmente, em 2022, a proibição dessa prática, medida que afetou diretamente a Flowcarbon, que dependia da integração de blockchain com o mercado de carbono.

Criptomoeda do fundador da WeWork não saiu do papel

Inicialmente previsto para janeiro de 2022, o lançamento do token GNT foi adiado várias vezes, até que a empresa finalmente pausou o projeto em maio do mesmo ano, aguardando uma “estabilização dos mercados”.

A startup se comprometeu a usar apenas créditos de carbono certificados e não aposentados para respaldar seus tokens, mas o impacto das decisões já havia prejudicado o desenvolvimento da empresa.

A Flowcarbon também enfrentou dificuldades na comunicação com seus clientes. Em 2023, a empresa encerrou seu canal no Discord após uma série de postagens inadequadas, transferindo a comunicação para plataformas mais tradicionais, como e-mail e Zoom.

Os investidores, muitos dos quais participaram de uma rodada de financiamento Série A de US$ 70 milhões liderada pela Andreessen Horowitz, estão frustrados com a falta de progresso.

Pelo menos US$ 38 milhões desse montante foram arrecadados com a venda do token da Flowcarbon, mas não está claro quanto desse valor veio de investidores de varejo, que agora enfrentam a possibilidade de mais um ano sem ver retorno sobre seus investimentos.

Em setembro de 2022, um investidor questionou no Discord da empresa se o dinheiro dos pré-vendedores ficaria bloqueado por mais um ano, mostrando a insatisfação crescente entre os participantes.

Para piorar a situação, a Flowcarbon foi incubada pelo family office de Adam Neumann, o 166 2nd Financial Services, o que levantou questões sobre a interconexão de interesses familiares dentro da empresa.

Com o futuro incerto e a reputação de Neumann em jogo, resta saber se a Flowcarbon conseguirá se reinventar ou se será mais um dos projetos do empresário que sucumbiram.

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