O economista e deputado argentino, Javier Milei, um defensor declarado do bitcoin, saiu ao ataque ao Banco Central da Argentina, alegando que a moeda do país não desperta mais o interesse das pessoas.
Por tal razão, ele acredita que até o economista mais medíocre há de concordar que se um determinado bem não tem demanda, seu preço tende a zero.
Em um desabafo via Twitter na última terça-feira (9), ele disparou contra o BCAR, alegando que não se pode mais pensar em emissão de moeda pelo estado da forma atual.
Vale lembrar que Javier tem se apresentado como pré-candidato a presidência na Argentina, nas eleições que devem ocorrer em 2024.
Deputado culpa banco central da Argentina pela alta inflação do país
Em seu desabafo, o presidenciável argentino libertário aponta que a imposição da oferta monetária pelo Banco Central da Argentina torna o Peso uma moeda inflacionária.
“Todo economista, por mais medíocre que seja, acho que deveria entender que se um bem não tem demanda, seu preço é zero. Isso acontece com o peso e por isso a insistência na imposição da oferta gera inflação e quanto mais intensa essa ação, maior a tendência inflacionária.”
Todo economista, por más mediocre que sea, creo que debería entender que si un bien no tiene demanda su precio es cero. Eso pasa con el peso y por ello, la insistencia de imposición de la oferta genera inflación y cuanto más intensa dicha acción mayor la tendencia inflacionaria.
— Javier Milei (@JMilei) May 9, 2023
Ao desabafar com seguidores, Javier Milei complementou seu raciocínio apontando que a demanda por uma moeda deriva da preferência das pessoas. Além disso, ele aponta que a tecnologia e dotações do dinheiro têm impacto na demanda.
De acordo com o economista, um banco central pode determinar a quantidade de moeda ao determinar a escala da economia, mas que deve evitar fazer política como dinheiro, medida que distorce tudo e causa enormes danos.
“Monopólios de dinheiro são ruins e banco central não é legítimo”
O deputado argentino seguiu indicando que em sua visão, o monopólio do dinheiro é uma situação negativa, citando como exemplo o curso forçado de uma moeda fiduciária. Ou seja, ele entende que as pessoas não podem emitir dinheiro, pois seriam presas.
Por conta disso, Javier declarou que um banco central é uma instituição legal perante a lei, mas que sua função, pelo menos na Argentina, não é legítima.
“Reconhece-se que a concorrência é boa e que os monopólios legais são ruins. Então, o que os faz endossar um monopólio imposto pela força (curso forçado)? O que aconteceria se emitíssemos dinheiro? Iríamos para a cadeia por falsificar dinheiro. O BC é legal, mas não legítimo.”
Por fim, Milei criticou outros economistas que não pensam fora da caixa sobre o assunto e que seguem defendendo a função dos bancos centrais em economias.
Crise na Argentina leva população a buscar alternativas
Além do próprio Javier Milei, a população argentina está preocupada com a piora da inflação no país, que mesmo após mudanças de governos, segue subindo anualmente.
Em uma busca por alternativas, o bitcoin é uma das opções mais buscadas no país, que disputa com o Brasil o maior volume de negociações diária na América do Sul.
Não está claro quando o problema cederá no país, mas ao que tudo indica, um candidato a presidência argentina deve levar em sua agenda o combate a inflação como promessa de campanha.