O desenvolvimento do Drex, a moeda digital do BC em criação, continua a todo vapor. Em 27 de setembro, aconteceu mais um encontro virtual no Fórum Drex.
Por uma hora e meia, servidores do BC detalharam vários aspectos do Piloto Drex: grau de maturidade das transações já testadas pelos participantes; diferenças entre a natureza dos serviços providos pelo Pix e aqueles previstos para o Drex; tipos de contratos inteligentes com TPFt já desenvolvidos; questões relativas às soluções de privacidade; cronograma ajustado da primeira fase.
A expectativa é que a fase piloto do Drex acabe em junho de 2024, quando todos os testes fundamentais já estarão concluídos.
Interesse generalizado e crescente no Drex, diz banco central
O chefe do Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos do Banco Central (Deban) e coordenador do Fórum Drex, Rogério Lucca, salientou o crescente interesse pela moeda digital.
“Todos, direta ou indiretamente, vislumbram o potencial de oferta de serviços financeiros diferenciados por meio de uma plataforma de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT, em inglês) multiativo que será operada pelo BC“, disse em referência a instituições do sistema financeiro, do sistema de pagamentos, do mercado de capitais e a desenvolvedores de forma geral.
Segundo ele, o Drex também tem despertado o interesse de reguladores sobre a possibilidade de revisão de seus processos de trabalho e suas atividades a partir do projeto desenvolvido pelo BC.
“Destacam-se, nesse sentido, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), nossa parceira no Piloto Drex, com a inclusão de títulos públicos federais ‘tokenizados’, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nossa interlocutora constante sobre a ‘tokenização’ de ativos financeiros e valores mobiliários“, disse Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos do Banco Central (Deban).
Ele também comentou sobre como o mercado externo tem visto a iniciativa do BC: “internacionalmente, o Piloto Drex vem sendo acompanhado por outros bancos centrais, órgãos multilaterais e empresas internacionais com a perspectiva de que seu desenvolvimento aborde questões centrais para o desenvolvimento da indústria“.
Lucca salientou a importância do Fórum Drex como um espaço de interlocução e de troca de informações sobre as experiências entre o BC e a sociedade, além dos participantes do Piloto do Drex. Destaque-se que o BC tem recebido sugestões e questionamentos técnicos pelo github do Piloto Drex.
Trabalho em andamento, destaca coordenador
O coordenador da Iniciativa Drex, Fabio Araujo, revelou que, dos dezesseis consórcios selecionados para participar do piloto, treze já se encontram operando nós da rede, e onze já estão realizando transações em um ambiente simulado de transferência de reservas bancárias, de depósitos tokenizados e de compra e venda de títulos públicos federais.
“O andamento está muito bom, faltam três nós, que devem ser levantados nas próximas semanas. A integração dos participantes está sendo feita de maneira adequada e dentro do cronograma“, considerou. Ele também revelou que a primeira geração de smart contract (que permite a automação de transações financeiras) do Drex está praticamente concluída.
Sobre os próximos passos, Araujo avalia que ainda há várias questões que precisam ser tratadas. “É um projeto inovador, com características de pesquisa e desenvolvimento. Há desafios naturais. Vamos, até maio de 2024, testar soluções de privacidade. Teremos uma avaliação do Piloto Drex em junho e, a partir daí, vamos abrir o debate sobre quais serão os passos posteriores. Até lá, a segurança e a privacidade da rede devem estar bem definidas“, disse.