“É a minha aposentadoria”, diz faraó dos bitcoins ao negar revelar senha de carteira com R$ 400 milhões

Faraó se negou a liberar valores, dizendo que é a "sua aposentadoria".

O computador do faraó dos bitcoins tem pelo menos 400 milhões de reais em criptomoedas, de acordo com informações da inteligência da Polícia Federal, que apura o caso no âmbito da Operação Kryptos.

De acordo com informações divulgadas pelo Extra, o líder da GAS, Glaidson Acácio dos Santos tem se negado a liberar o saldo para as autoridades. A negativa ocorre mesmo com a possibilidade de redução de penas em sua prisão, visto que ele permanece em presídio federal desde 2021.

A avaliação dos valores por investigadores da PF indicam que as criptomoedas estão em uma carteira da Dash Core, no computador de Glaidson.

“É a minha aposentadoria”, disse faraó dos bitcoins ao negar liberar a senha de carteira de criptomoedas com 400 milhões de reais; clientes seguem em agonia

Em uma das conversas com autoridades, se negando a colaborar com as investigações, o faraó dos bitcoins declarou que o valor é a sua aposentadoria.

Quando a Operação Kryptos prendeu Glaidson e sequestrou seus bens, apenas 591 bitcoins foram apreendidos. Ou seja, a carteira da Dash tem muito mais recursos que o inicialmente apreendido.

Muitos clientes aguardam o retorno de seus investimentos, e a nova revelação acende esperanças de que o patrimônio da empresa ainda não foi totalmente dilapidado.

Vale lembrar que a esposa do faraó, a venezuela Mirelis Zerpa, foragiu do Brasil antes da Operação, com pelo menos 1 bilhão de reais em bitcoin. Ela segue foragida e na lista vermelha da Interpol.

Caso o faraó tenha deixado suas moedas em stake, ele pode obter um retorno sobre suas moedas de até 6% ao ano, embora a DASH registre uma desvalorização de 28% nos últimos 12 meses. Com isso, fica claro que o faraó também perde valor com seu patrimônio parado.

89 mil credores aguardam retorno de valores, diz lista da PF

O Livecoins teve acesso a uma planilha de credores da GAS Consultoria, que mostram entre CPFs e CNPJs, o registro de 89.455 credores. Ou seja, o rombo deixado pela empresa de Cabo Frio, investigada também na CPI das Criptomoedas, mostra que várias famílias e negócios caíram no possível esquema de fraude financeira.

Em nota ao Livecoins, os especialistas da Blockseer, empresa que rastreia criptomoedas, disseram que muitas empresas captaram dinheiro e enviaram para a GAS. Quando o esquema ruiu, várias caíram.

“Curiosamente, várias empresas não reguladas captaram dinheiro de investidores e enviaram essa custódia para a GAS, ganhando um percentual dos pagamentos mensais, além das comissões comumente praticadas nesse mercado. Depois que a GAS faliu, houve um efeito dominó que derrubou todas as outras.”

O caso da GAS segue sob apuração da Justiça Federal e da Justiça do Rio de Janeiro.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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