A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu um suspeito de praticar extorsão pela internet e lucrar pelo menos R$ 1 milhão em bitcoin. A prática é conhecida como “sextorsion”, que envolve intimidar vítimas com conteúdos sexuais.
Durante a ação, a polícia do RS contou com apoio da polícia civil do Paraná e da divisão de criptomoedas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Núcleo de Operações com Criptoativos (NOC/SENASP).
Assim, na última quinta-feira (4), a Operação Sextorsion realizou o cumprimento de mandados em quatro endereços no município de Lapa, a 160 quilômetros de Curitiba (PR).
Suspeito de praticar golpes pela internet para roubar bitcoin ameaçava vítimas com conteúdos sexuais
O criminoso preso pelas autoridades do Paraná praticava extorsão, exigido pagamentos em bitcoin para não vazar nudes das vítimas.
Um dos endereços em que a polícia cumpriu mandados era a própria residência do investigado, que teve a prisão preventiva decretada.
No local, vários aparelhos eletrônicos, arma com numeração raspada, drogas e anabolizantes foram encontrados pela polícia. Além disso, uma moto e outros itens também acabaram apreendidos pelos agentes.
Como o hacker agia contra vítimas?
Segundo investigação da Polícia Civil gaúcha, coordenada pelo Delegado Thiago Albeche, o suspeito, que possui conhecimentos em informática, enviava e-mails em massa para diversas possíveis vítimas.
Na mensagem, o criminoso informava que havia invadido o computador do usuário e que tinha informações privilegiadas, como senhas e fotos íntimas.
Verificações preliminares apontam que mais de mil pessoas foram vítimas da extorsão no país. Pelo menos 190 delas foram no Rio Grande do Sul. O montante de criptomoedas movimentado por ele está estimado em mais de R$ 1 milhão.
Corretoras de criptomoedas colaboraram com investigações
A partir da análise das informações dos boletins de ocorrência registrados pelas vítimas, a Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos intensificou as investigações junto às empresas administradoras de Bitcoins para buscar identificar os proprietários das carteiras de criptoativos, que são espécies de contas-correntes em que são depositadas a moeda virtual.
A Polícia e Ministério da Justiça também realizaram o rastreamento dos e-mails enviados pelo investigado e de suas contas de Bitcoins.
Na ação desta quinta-feira, além dos mandados de busca e apreensão e de prisão, também foi realizado o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias e de carteiras de Bitcoins junto às corretoras de criptomoedas. O nome das empresas segue oculto durantes as investigações.
O que é uma extorsão sexual?
A “sextorsion” é uma prática criminosa em que um indivíduo usa material sexualmente explícito, como fotos ou vídeos íntimos, para chantagear a vítima.
Geralmente, essa prática começa quando um indivíduo envia fotos ou vídeos sexualmente explícitos para outra pessoa, pensando que a comunicação é privada e segura. No entanto, o destinatário pode ser um criminoso que usa essas imagens para chantagear a vítima.
Por exemplo, o criminoso pode ameaçar publicar as imagens na internet, enviar as imagens para amigos e familiares da vítima ou exigir dinheiro ou outros favores sexuais em troca da não divulgação das imagens. Essa prática é uma forma de extorsão e pode ser devastadora para a vítima, causando danos emocionais, psicológicos e até mesmo financeiros.
Para se proteger da sextorsion, é importante ter cuidado com o compartilhamento de informações pessoais e íntimas online, especialmente com pessoas que você não conhece bem.
Além disso, é importante tomar medidas de segurança online, como usar senhas fortes, não clicar em links suspeitos ou em e-mails de remetentes desconhecidos e verificar as configurações de privacidade de suas contas de mídia social.