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Polícia Civil investiga falsa chantagem com Bitcoin

O crime teria sido cometido após uma falsa chantagem envolvendo Bitcoin. A prefeitura teria comunicado a polícia civil de um ataque hacker e ficado mais de 30 dias com todos os serviços ao cidadão parados, em junho de 2020.

Uma falsa chantagem com Bitcoin, reportada por uma prefeitura no Brasil, está sendo investigada pela polícia civil de Santa Catarina. São pelo menos duas investigações em aberto pela PC-SC contra a administração do município de Biguaçu, cidade da grande Florianópolis.

Com a chegada da pandemia da COVID-19, houve um aumento nos casos de ataques hackers no mundo todo. Uma das modalidades desses ataques usam os chamados ransomwares.

Esse malware, ao ser baixado ou acessado por alguma vítima, vê todos os arquivos serem criptografados no computador. Após isso, os hackers entram em contato para exigir o pagamento de resgates dos dados. Esse pagamento, normalmente é feito em Bitcoin ou alguma outra criptomoeda.

Essa chantagem usando criptomoedas é considerada estelionato virtual. No Brasil, a prática é crime. Contudo, reportar um crime que não aconteceu é um crime previsto na lei brasileira também.

Falsa chantagem envolvendo Bitcoin é investigada pela Polícia Civil de Santa Catarina

A administração municipal de Biguaçu, cidade da grande Florianópolis, está envolvida em duas investigações em aberto pela polícia civil. A Operação Co-incidência foi deflagrada na última quarta-feira (9) para apurar os casos.

De acordo com a polícia, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Os mandados, expedidos pela justiça, foram cumpridos em 16 endereços na grande Florianópolis.

As investigações apuram a suspeita de diversos crimes contra a administração pública municipal. A polícia informou que um dos crimes é a falsa comunicação de crime, que de acordo com o artigo 340 do Código Penal, pode acarretar prisão de 1 a 6 meses mais multa.

“Comunicação falsa de crime ou de contravenção 

Art. 340 – Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: 

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.”

O crime teria sido cometido após uma falsa chantagem envolvendo Bitcoin. A prefeitura teria comunicado a polícia civil de um ataque hacker e ficado mais de 30 dias com todos os serviços ao cidadão parados, em junho de 2020.

O vice-prefeito de Biguaçu conversou com a reportagem do Balanço Geral Florianópolis e defendeu a administração. Para ele, é impossível eles não terem sido atacados, principalmente com a falha em todos os sistemas da prefeitura. Ele afirmou, por fim, que tudo será esclarecido.

Denúncia de funcionário fantasma: vereador com cargo na prefeitura?

Em meio às investigações da polícia civil, até um vereador de Biguaçu foi encontrado com cargo na Prefeitura. Ou seja, o possível funcionário fantasma da administração segue entre as investigações da polícia.

Entre outras denúncias que chegaram até a polícia, até a queima de arquivos teria sido cometida, para ocultar provas dos crimes. A polícia civil conduziu um dos suspeitos a delegacia por posse de arma de fogo em flagrante.

Arma apreendida por polícia civil de Florianópolis em dezembro de 2020
PC-SC/Reprodução

O delegado Rodrigo Dantas, que acompanhou os mandados na última quarta, apontou que estão envolvidos nos dois inquéritos em aberto a participação de um secretário municipal, um vereador e servidores concursados da prefeitura. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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